As filas de espera, a falta de profissionais e a sujeira nos hospitais públicos foram temas levados à tribuna da AL
De acordo com o deputado Heitor Férrer (PDT), é constrangedor para a população não ter atendimento de qualidade na saúde pública. O deputado se referia à situação do Frotinha da Parangaba que levou o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes, ex-vereador do PT de Fortaleza, a registrar um Boletim de Ocorrência (BO), devido às precárias condições de atendimento daquela unidade de saúde.
O caso foi noticiado pelo Diário do Nordeste, em sua edição de ontem. No BO feito por José Maria Pontes, após sair do seu plantão de domingo para segunda-feira naquele hospital do Município, há relatos sobre a falta de profissionais, a demora no atendimento, infraestrutura em condições duvidosas, falta de medicamentos, além de sujeira.
Em matéria publicada por este jornal, José Maria Pontes afirma que o hospital está sucateado, pois faltam macas e materiais, até mesmo sabão para lavar as mãos. O presidente do sindicato dos médicos disse ainda que os pacientes ficam aguardando horas, ou até mesmo dias, em uma cadeira de plástico.
Na avaliação do deputado Heitor Férrer, tal situação constrange não apenas a Prefeitura de Fortaleza, mas também a gestora e os representante da cidade. Contudo, observa que esse descaso constrange ainda mais a população, que necessita do atendimento público de saúde.
Conforme o parlamentar, não são poucos os que dependem do sistema público de saúde. Ele informa que apenas 12% da população que mora em Fortaleza possui planos particulares de saúde, ficando 88% dos fortalezenses dependentes do Poder Público. "Precisamos nos sensibilizar com a situação dessas pessoas que buscam atendimento na saúde pública", alertou.
Desempenho
De acordo com o deputado, Fortaleza tem o segundo pior atendimento na saúde pública. Ele aponta que, conforme levantamento anunciado pelo Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde, a Capital cearense tem um dos piores desempenhos do País e da região Nordeste no que diz respeito à saúde pública.
Heitor Férrer alega que medidas simples poderiam ser tomadas para garantir atendimento à população nas unidades de saúde. Ele conta que na administração do ex-prefeito Juraci Magalhães, o posto Hélio Góis era modelo, possuia dentista, pediatra e outras especialistas, mas agora o posto encontra-se fechado, o que para ele, foi uma surpresa.
O deputado estadual Antônio Carlos (PT), líder do Governo na Assembleia Legislativa, alega que a Prefeitura de Fortaleza não cruzou os braços frente à saúde municipal. Ele aponta que a atual gestão foi a responsável pelo aumento do número de equipes do Programa Saúde na Família (PSF), pela contratação de cinco mil agentes sanitários, recuperação de postos de saúde, dentre outras iniciativas que ajudaram a melhorar a saúde pública na Capital, segundo o petista.