A reunião entre as partes foi demorada e garantiu aos grevistas o envio da mensagem de aumento à Assembleia Uma reunião que durou cerca de cinco horas e meia, na sede da Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus), resultou em um acordo entre os agentes penitenciários do Estado, em greve, e representantes do Governo do Estado, pondo fim à paralisação que a categoria havia deflagrado a zero hora do último sábado. A reunião teve início por volta das 18 horas e só terminou às 22h30, depois de uma longa discussão. Em seguida, já perto das 23h40, a presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciário (Sindasp), Socorro Marques, convocou os colegas de trabalho para uma assembleia geral, na porta da Sejus. Depois do encontro entre as partes, mediado pelos representantes da OAB-Ceará, Valdetário Monteiro e Leandro Vasques, ficou acertado que o Estado encaminhará à Assembleia Legislativa do Ceará, no prazo de 20 dias, a mensagem do aumento salarial para os agentes penitenciários. Anistia Outra reivindicação da categoria foi uma ´anistia´, à exemplo da que foi prometida aos policiais e bombeiros militares durante a greve das duas categorias, em janeiro último. Com isto, fica a promessa do Estado de que nenhum servidor será punido por ter participado do movimento, nem terá o seu ponto ´cortado´ pela Sejus. Outro item importante da pauta de reivindicações dos grevistas foi discutido e definido na reunião. O aumento salarial da classe - da ordem de 22% por cento - será retroativo a 1º de março último. Ainda ontem, pela manhã, os grevistas enfrentaram a chuva que caía na Capital cearense e realizaram uma manifestação na frente da sede da Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus), na Rua Tenente Benévolo, 1055, na Praia de Iracema. Eles foram impedidos de entrar no prédio, que estava resguardado policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque). Socorro Marques, rebateu a versão dada pela secretária Mariana Lobo, de que a Sejus não havia sido informada sobre a greve dos agentes. "Nós protocolamos o comunicado sobre a greve no dia 27 de março, ou seja, tudo transcorreu dentro da lei de greve", garantiu a sindicalista. Surpresa De acordo com a Assessoria de Comunicação da Sejus, a secretária Mariana Lobo reconhece o movimento da categoria, entretanto a notícia da paralisação foi uma surpresa para ela. Quanto à manutenção de 30 por cento do efetivo trabalhando, a direção do Sindasp teria de enviar um documento informando os nomes dos agentes que trabalharão e em quais unidades. Apesar da paralisação dos agentes, o dia de ontem transcorreu sem problemas nas unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), ocupadas pela Polícia Militar desde sábado, exceto a CPPL do Carrapicho, em Caucaia, onde os agentes ofereceram resistência e somente saíram na tarde domingo, após tensa negociação feita entre o Sindasp e a Coordenadoria do Sistema Penitenciário (Cosipe). Mulheres dos presos entraram em confronto com a PM. FERNANDO RIBEIRO/FERNANDO BARBOSAEDITOR DE POLÍCIA/REPÓRTER