De acordo com a parlamentar, a Organização Internacional do Trabalho estimou, em 2012, que cerca de 20 milhões de pessoas foram forçadas ao trabalho sexual por meio do tráfico humano. “O Ceará é também afetado por essa ação criminosa e, com a aproximação da Copa do Mundo, a situação se agrava, principalmente entre as mulheres e adolescentes. Nós temos dados que mostram que o mesmo padrão FIFA apresentado na construção da Arena Castelão não se vê no entorno do estádio, onde se evidencia a prática da prostituição infantil e da exploração sexual”, ressaltou.
Segundo a Organização das Nações Unidas, cerca de 2,4 milhões de pessoas são traficadas, todos os anos, gerando uma renda anual de U$ 32 bilhões aos exploradores. São 127 países com vítimas originárias de 137 países, onde elas passam a ser exploradas, diz o estudo do Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crime (UNODC).
Para o procurador-chefe da Procuradoria da República do Ceará, Alessander Sales, a situação de aliciamento se dá pela vulnerabilidade social em que estamos inseridos, por isso a importância da Cartilha como forma de conscientização das pessoas. “Agradecemos à Assembleia por ter disponibilizado o espaço para um debate de extrema importância sobre algo que movimenta bilhões ao redor do mundo. O Ministério Público Federal vem distribuir esse material para informar melhor o cidadão, para que ele fique apto a tratar dessa situação”, observou.
O trabalho de coordenação da Cartilha foi da procuradora-chefe substituta da Procuradoria da República do Ceará, Nilce Cunha, que enfatizou ser uma oportunidade de a comunidade cearense conhecer o que é o tráfico de pessoas e qual o significado desse fenômeno.
“Estamos falando de forma simples, com informações para que todos tenham como enfrentar esse desafio 'invisível'. Fortaleza é uma cidade voltada ao turismo, e essa situação pode trazer um prejuízo global”, comentou. A procuradora também elogiou a colaboração da AL na abertura do espaço para a realização do seminário. “A Assembleia é o melhor lugar para apresentar esse trabalho, pois é a Casa do Povo, onde compartilhamos perspectivas para construir uma democracia forte”, finalizou.
Estiveram presentes o juiz titular da 11° vara da Justiça Federal do Ceará, Danilo Fontenele Sampaio Cunha; a delegada da Policia Federal no Ceará, Juliana de Sá Pereira Gonçalves; a professora da Universidade Christus, Andréia da Silva Costa; a representante da Procuradoria de Justiça, Eveline Maria Benevides; o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Fortaleza, vereador João Alfredo (Psol), entre outros.
CE/LF