Clientes da Unimed Fortaleza ficam sem atendimento de radiologistas em dois dias de paralisação
Mais de mil usuários da Unimed Fortaleza ficaram sem atendimento nas clínicas de diagnóstico por imagem. O cálculo foi feito ontem pelo presidente da Sociedade Cearense de Radiologia (Soceara), entidade de representa a categoria, Dower Frota, "comparando as médias das clinicas mais expressivas".
O número, de acordo com ele, refere-se a dois dias de paralisação dos profissionais de radiologia, ontem e quarta-feira última. O movimento começou na terça-feira, no entanto, para Frota, a forte chuva que caiu em Fortaleza já impediu que muitos procurassem o serviço.
"Normalidade"
A Unimed Fortaleza informou, por meio de nota, que todos os atendimentos foram realizados com normalidade dentro da rede credenciada. "Mais uma vez, a Cooperativa informa que mantém contrato de prestação de serviço com as clínicas de radiologia (prestadores de serviço). Os contratos com as clínicas de imagem e de radiologia encontram-se todos em vigência".
Insatisfação
O movimento surgiu por conta da insatisfação dos radiologistas com um limite que a cooperativa criou. A partir de um determinado número de exames realizados, a remuneração cai entre 9% a 20%. A medida vale para exames de imagem, como tomografia, ressonância, mamografia, ultrassonografia, raio-x e densitometria óssea.
Acordo
Em busca de acordo com a Unimed Fortaleza, a Soceara já apresentou o problema para o Decon, que vai marcar audiência com a operadora de plano de saúde. A entidade também foi até a Assembleia Legislativa.
O deputado Fernando Hugo informou ontem que a Comissão de Defesa do Consumidor, presidida por ele, vai realizar audiência pública na próxima quarta-feira, às 14 horas, a fim de debater a situação entre profissionais e operadora.
Durante visita na Assembleia, o radiologista Dower Frota explicou que, quando a clínica passa do número de exames estipulados pela Unimed, o valor do serviço de R$ 450 cai 20%. "O plano faz isso para reduzir os custos e acaba prejudicando profissionais e pacientes", observou.
A Unimed já havia explicado que cabem "às pessoas jurídicas credenciadas prover todos os recursos necessários ao cumprimento contratual, inclusive e especialmente os profissionais médicos e técnicos relacionados aos serviços contratados, não tendo a Unimed Fortaleza qualquer responsabilidade ou ingerência sobre a relação das clínicas com o seu pessoal contratado, de forma que deve a pessoa jurídica credenciada manter o quadro necessário à consecução dos objetivos contratuais".
Com isso, a operadora quer dizer que não cabe a ela negociar com os médicos o acordo, o que já está feito por contrato.