Os trabalhos legislativos em 2014 na maioria das casas parlamentares brasileiras tem início hoje, na perspectiva de um ano dos mais movimentados em virtude de eventos como a Copa do Mundo e as eleições de outubro. Na Câmara Municipal de Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio fará um balanço de seu primeiro ano de gestão . Já na Assembleia Legislativa do Ceará, o governador Cid Gomes deverá fazer o mesmo, sendo que ao contrário de RC, o chefe do Executivo estadual entra no seu último ano de governo. Se nos casos de RC e Cid Gomes, todavia, a pauta das casas legislativas não deve reservar muitas emoções nos próximos meses, em relação ao Congresso Nacional o período promete ser de turbulência. Já amanhã, as lideranças da Casa irão se reunir para definir a pauta desses primeiros seis meses do ano.
O receio do governo é que passem a ser objeto de discussão temas que causam despesas à União, apesar de garantirem direitos aos trabalhadores. Entre essas matérias denominadas de pautas bomba, estão por exemplo, a PEC 300, que prevê piso salarial para policiais e bombeiros; o projeto que institui piso salarial para agentes comunitários de saúde; e a criação de uma carreira de Estado para médicos. Para a oposição, projetos que visam trazer benefícios sociais, mas que do lado do governo são vistos como de forte impacto orçamentário. Por isso mesmo, a estratégia governista é evitar ao máximo a exposição a partir do debate em torno desses assuntos. Para os opositores, no entanto, todas essas pautas são de alcance popular e setoriais, cabendo ao poder público, na sua capacidade de gestão, administrar isso sem gerar os gastos que o governo diz que vai implicar.
É preciso ficar claro que tanto o governo como a oposição estão no legítimo papel de defender suas posições e interesses políticos. No entanto, nada pode ir além disso, como a contaminação desse debate por conta do período eleitoral que se avizinha. Nesse sentido, o mais importante é ter uma visão de Estado, até porque, os possíveis prejuízos gerados por avaliações inconsequentes no parlamento, tendem a afetar no futuro quem também hoje é oposição.