Estudantes, professores e servidores das universidades estaduais pedem concurso para professores, Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores e melhor infraestrutura nas universidades estaduais.
Foto: Bruno Gomes
Na noite de ontem, os ativistas deixaram o plenário, no entanto, prometeram passar a noite no hall da Casa
Cerca de 60 estudantes, professores e servidores das universidades públicas estaduais interromperam uma solenidade em homenagem ao servidor público no plenário da Assembleia Legislativa do Ceará, ontem, reivindicando melhorias para professores e as instituições de ensino superior mantidas pelo Estado. Os ativistas saíram do plenário, mas ocuparam o hall do Parlamento e prometem deixar o local só quando forem recebidos pelo governador Cid Gomes.
A movimentação foi pacífica. Os manifestantes reivindicam melhorias para a Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Vale do Acaraú (UVA) e a Universidade Regional do Cariri (Urca). De acordo com Silvia Helena de Lima, presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade do Vale do Acaraú (SindiUva), o grupo decidiu permanecer até que sejam abertas as negociações.
Para saírem do plenário, os ativistas pediram que a integridade física deles seja preservada; livre acesso para buscar alimentação; e uma audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia da Casa. Entre as reivindicações durante o protesto, eles conseguiram uma fala na TV Assembleia tratando do assunto.
Concurso
Entre as os pedidos dos manifestantes, também estão o concurso para novos professores, Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores, política de assistência estudantil e melhor infraestrutura nas universidades estaduais.Após a ocupação, os deputados Tin Gomes (PHS), Antônio Carlos (PT), José Sarto (Pros), Raquel Marques (PT) e Eliane Novais (PSB) se reuniram com uma comissão do grupo. Durante a reunião, ficou acordado que será solicitado uma audiência pública para debater as reivindicações, que, posteriormente, serão enviadas ao governador.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Docentes da Uece (SindUece), Elda Maciel, ficou decidido, ainda, que os ocupantes teriam garantidos os seus direitos, como integridade física e acesso a água e comida.
Além disso, ficou acordado, que um grupo de 60 pessoas, devidamente identificado, poderá ter um trânsito livre na Assembleia Legislativa. Segundo o coronel Túlio Martins, coordenador militar da Assembleia Legislativa, essas pessoas possuem permissão, pois estavam na casa no momento das negociações.
Segundo Silvia Helena, há um déficit de 800 professores efetivos nas universidades públicas do Estado. A presidente do SindUva diz ainda que um concurso foi realizado, mas nenhum professor chegou a ser convocado até o momento.
A Polícia Militar (PM) foi chamada, e viaturas do Comando Tático Motorizado (Cotam) ficaram encarregados de realizar o cerco nos arredores da Casa Legislativa enquanto os manifestantes permanecerem no local. De acordo com o major Martins, cerca de 30 policiais do Batalhão de Choque estão do lado de fora da Assembleia Legislativa e só irão entrar caso seja solicitado. Dentro do Parlamento, a segurança é feita pelos policiais da Casa. O coordenador militar garante que a tranquilidade será mantida, e os agentes estão apenas protegendo o patrimônio.
Acesso
Devido à manifestação, um evento que seria realizado, na noite de ontem, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/CE) precisou ser cancelado. Dezenas de pessoas que chegaram à Assembleia não puderam entrar no Legislativo.
A assessoria de Comunicação do deputado estadual Tin Gomes informou que a audiência pública requerida pelos ativistas será realizada nos próximos dias, mas não precisou a data em que deverá acontecer.