Apesar de todas as dificuldades da Comissão Especial da Seca, na Assembleia Legislativa, em conseguir reunir a maioria dos deputados para a realização das reuniões, o presidente do colegiado, João Jaime (DEM), defendeu que os trabalhos do grupo têm servido para pressionar o Estado a buscar alternativas para convivência com a seca e constatar os obstáculos no combate à estiagem que atinge os municípios do Interior provocados, segundo ele, por uma total falta de apoio do Governo Federal.João Jaime, ao fazer um apelo aos seus colegas integrantes da comissão, para uma reunião na tarde de hoje, afirmou que os trabalhos do colegiado, iniciados em março deste ano, conseguiram constatar uma falta de apoio do Governo Federal às ações para a convivência com a seca e reclamou que poucas promessas feitas pela presidente Dilma Rousseff durante a passagem dela em abril pelo Ceará foram cumpridas."A principal constatação a que chegamos foi a de que o Governo Federal pouco está ligando para a seca. Poucas ações prometidas em abril pela presidenta Dilma foram executadas e nós estamos à custa da sorte. A maioria dos membros, apesar de fazerem parte da base de apoio, concordam com isso que estou dizendo. É preciso que a parceria com o Governo do Estado funcione de uma forma mais efetiva", cobrou o deputado.O vice-líder do Governo na AL, Júlio César Filho, discordou de João Jaime ao garantir que a parceria do Governo do Estado com o Governo Federal é forte e tem ajudado nas políticas de convivência com a seca, apesar de reconhecer as falhas na logística de distribuição da primeira remessa do milho doada.Consciência"O Governo Federal tem nos ajudado na medida do possível. Temos a consciência de que houve demora na chegada do milho, mas a parceria é forte e a presidente Dilma Rousseff tem ajudado não só o Ceará, mas todos os outros estados afetados pela estiagem", destacou.Júlio César Filho ressaltou, no entanto, que as cobranças feitas pelo colegiado são importantes para que se consiga combater os efeitos da seca de uma melhor forma. "Há uma cooperação mútua e precisamos continuar essas discussões na Comissão para tentar vencer os empecilhos causados pela grande extensão e severidade dessa seca que já dura dois anos", defendeu.