O gerente regional da Anatel, José Afonso Cosmo, foi o representante da agência na sessão. Deputados criticaram falta de dados regionais
Foto: Helosa Araújo
Insatisfeitos com as explanações da Anatel, deputados defendem medida como forma de melhorar o serviço
Instaurada oficialmente ontem, na Assembleia Legislativa, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da telefonia móvel, que busca melhorar os serviços das operadoras no Estado, já avalia a possibilidade de proibir a venda de novos chips na região, a exemplo do que aconteceu em agosto do ano passado, em Fortaleza. Insatisfeitos com as explanações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que participou da sessão para falar sobre as medidas de fiscalização adotadas atualmente, os deputados cobraram mais detalhes sobre os serviços prestados no Ceará."Saio da sessão nada satisfeito com a Anatel. Pretendemos fazer um relatório elaborado e para isso faremos mais encontros, onde precisaremos de dados mais específicos. Quantas ligações não são concluídas? Quantas linhas cada operadora é capaz de suportar? Isso eles não nos informaram hoje", critica o deputado estadual, Danniel Oliveira (PMDB).
A própria metodologia adotada pela Anatel para medir a qualidade dos serviços prestados foi contestada. "O que vemos é que a agência, de certa forma, contribui para a péssima qualidade da telefonia móvel. Pelo regulamento, por exemplo, as empresas podem cumprir apenas 20% do que foi contratado em um planos de dados para serem consideradas cumpridoras do contrato. A Anatel também diz que é aceitável até 200 mil ligações caírem por dia no Ceará. É ou não um absurdo?", questiona Oliveira. "Também queremos ganhar na justiça o direito de exigir que as empresas coloquem mais antes para continuarem contratando novas linhas", complementa.
Maior defensor da proibição da venda de novos chips, o deputado Fernando Hugo (SDD) classificou como "inaceitável" a situação da telefonia no Ceará. "A CPI foi criada porque não podemos mais aceitar isso. O tal plano de investimentos não mudou nada", disse Hugo, referindo-se ao contrato firmando entre a Anatel e as operadoras em 2012, para melhoria do serviço.
Anatel se defende
O gerente regional da Anatel, José Afonso Cosmo, reafirmou o compromisso das empresas de investirem nos serviços para melhorar a qualidade. "Após a suspensão dos serviços, ficou acertado que as empresas se comprometeriam em fazer um investimento de R$ 30,4 bi até 2014