Deputadas estaduais foram homenageadas, ontem, com a inauguração do painel 'Mulheres no Legislativo Cearense', ideia do presidente Roberto Cláudio implantada no Memorial da Assembleia Legislativa
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Bancada feminina da AL é a maior da história, com nove membros, mas elas querem avanço e políticas públicas
No Dia Internacional das Mulheres, comemorado ontem, o plenário da Assembleia Legislativa foi dominado por elas. As deputadas estaduais subiram à tribuna e criticaram a violência contra a mulher, reivindicaram igualdades trabalhistas e mais espaços na política. A Casa aproveitou o dia e inaugurou o painel "Mulheres no Parlamento Cearense", no Memorial da Assembleia Legislativa.
A deputada Rachel Marques (PT) iniciou a discussão sobre o espaço conquistado pelas mulheres na política do País. "Precisamos desconstruir essa sub-representação da mulher nos espaços de poder", defendeu, salientando que tem o sonho de um dia não ser mais necessário cobrar uma participação mais efetiva da mulher na política.
Rachel lembrou a baixa participação feminina na política. Um exemplo, destacou, é a Assembleia do Ceará que, dos 46 parlamentares, apenas nove são mulheres, sendo essa a maior bancada feminina que a Casa já teve. Por isso, no debate da Reforma Política, ela sugere a lista de candidatos pré-ordenada com alternância de gêneros.
Já a deputada Mirian Sobreira (PSB) destacou a Pesquisa de Emprego e Desemprego - Especial Mulher - realizada pelo Instituto de Desenvolvimento de Trabalho (IDT). O resultado é que as mulheres ganham menos que os homens e têm mais dificuldade para conseguir emprego.
Incentivos
Mirian sugeriu ao Governo do Estado que coloque nos contratos de incentivos fiscais para empresas que se instalam no Ceará, um acordo em que as vagas devam ser igualitárias entre homens e mulheres e não haver desigualdade salarial para as mesmas funções.
A deputada Ana Paula Cruz (PRB) criticou a violência contra as mulheres. "Em pleno século XXI, a violência contra a mulher ainda assume índices assustadores que exigem políticas públicas capazes de combater isso, numa luta desencadeada todos os dias", destacou.
No Dia Internacional das Mulheres, Ana Paula Cruz lembrou que o gênero feminino ainda tem muito o que conquistar. "Diante de fatos negativos vamos ter coragem para mudar ainda mais essa realidade. Somos parte e não submissas de um processo", argumentou Ana Paula.
Para a deputada Patrícia Saboya (PDT), foram muitas as vitórias garantidas pelas mulheres. Ela lembrou que há pouco tempo, as mulheres no País não tinham direito ao voto e, hoje, possuem na Presidência a primeira mulher, Dilma Rousseff.