Audiência pública debate necessidade e urgência de uma reforma política no Brasil
Foto: Paulo Rocha
A necessidade e urgência de uma reforma política no Brasil foi tema de audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, na tarde desta quinta-feira (29/08). Solicitado pelo deputado Antonio Carlos (PT), o debate aconteceu no Complexo de Comissões Técnicas da Casa e contou com as presenças do vereador de Fortaleza Ronivaldo Maia (PT) e da ex-deputada estadual e membro da executiva estadual do PT, Íris Tavares.
Antonio Carlos informou que seu mandato está lançando uma cartilha sobre a reforma política, e definiu a iniciativa como pontapé inicial para uma série de debates, que serão realizados com o objetivo de não deixar que o tema seja esquecido.
“Esta é uma discussão fundamental. A sociedade foi às ruas no último mês de junho, cobrando alterações na estrutura política e social do País, e não há mudança sem que se transforme a forma como se faz a política”, acrescentou ele.
O petista citou como principais pontos a serem debatidos o financiamento público de campanha, a participação das mulheres na política, o voto programático e o voto ideológico em partidos.
“Precisamos manter acesa a chama dessa discussão. As pesquisas de opinião revelam que mais de 80% da população querem a reforma política e, ontem, o plebiscito sobre essa reforma conseguiu o número suficiente de assinaturas para tramitar no Congresso Nacional, sob a forma de projeto de decreto legislativo (PDL). Portanto, é um momento muito oportuno e importante”, afirmou o parlamentar.
Íris Tavares parabenizou a iniciativa do deputado Antonio Carlos de realizar a audiência pública e ressaltou que, ao longo do tempo, a política vem passando por um grande desgaste. Para ela, é essencial e urgente que a reforma política aconteça e essa atualização deve primar por questões importantes como, por exemplo, a questão do financiamento de campanha.
“Eu defendo que o financiamento seja integralmente público e que tenha um limite de valores, tanto na questão dos gastos mínimos, como dos gastos máximos. Porque, se não houver um controle, esse financiamento acaba extrapolando a decência, a atuação e o trabalho do deputado, pois ele vai ser cobrado depois”, salientou ela.
Ainda de acordo com Íris, nos dias de hoje, uma figura pública é cobrada tanto pelo poder público e pelas representações públicas, como pelas parcelas da sociedade que possuem interesses privatistas e particulares.
“Então, eu acho que é preciso zerar essa dicotomia, pois isso não traz avanços para a democracia. Ao contrário, cria um abismo colossal entre a importância de se travar um debate sobre os interesses comuns da sociedade e aquela classe que está ali pra continuar querendo privilégios e defendendo orçamentos de contratos que envolvam órgãos privados”, concluiu.
RT