Um debate algemado
O secretário da Segurança do Estado, Francisco Bezerra, foi ontem à Assembleia. Mas teve de enfrentar, diferentemente do que poderia desejar, não uma discussão propositiva - apoiada nas demandas do setor pelo qual responde e pela representatividade social dos deputados. Em plena hora do almoço, Bezerra empanturrou a audiência com números, gráficos, fatos e fotos e foi empanturrado por discursos sobejamente conhecidos. Desde o que acusa a falência do sistema ao que trata a violência como fenômeno de conjuntura, exclusivo do momento e do local, e não estrutural. Mas o coronel Bezerra não tinha era como prever a falta de aprofundamento no tema que mostrou parte expressiva dos parlamentares e da claque que lotou as galerias. Se o cidadão esperava um debate que tangenciasse o interesse e o rancor partidário e, enfim, sugerisse novo rumo para a segurança, frustrou-se.
Exemplos do nível do debate: a deputada Fernanda Pessoa (PR) propôs que o secretário "peça exoneração" - mesmo sendo unilateral, do chefe, o ato de exonerar. Heitor Férrer (PDT) disse que Bezerra "vomitou números". De troco, o secretário chamou a deputada, que havia lido as perguntas, de "Roberta Pessoa" - Roberto é o pai e líder político dela. A Heitor, censurou por não reconhecer os esforços das equipes que compõem as polícias cearenses."Finalmente colocaram a educação num patamar privilegiado, como deveria ter sido feito desde sempre"
Deputado José Teodoro (PSD)Elogiando resultados da educação pública no País, mas com uma ressalva: "Isso causa alegria, mas ainda não é a evolução que desejamos "