Dedé Teixeira lamentou o fato de o governador Geraldo Alckmin dizer que não conhece o caso
Foto: JL ROSA
O vice-líder do PT na Assembleia Legislativa, deputado Dedé Teixeira, destacou, ontem, durante pronunciamento na Casa, as denúncias de formação de cartel na compra de trens e na construção de túneis do metrô de São Paulo, durante os governos do PSDB, nos últimos 20 anos. O petista fez questão de ressaltar que o "Propinoduto do Tucanato Paulista", como apelidou o caso, está sendo considerado o "pior escândalo de corrupção da história republicana brasileira". Dos tucanos, só João Jaime participou da sessão de ontem.Lendo trechos da reportagem publicada sobre o caso, na última edição da revista "Istoé", Teixeira lembrou que o esquema contou não só com a participação de vários empresários, mas com autoridades e servidores públicos estaduais, abastecendo "um propinoduto milionário que desviou dinheiro das obras para políticos tucanos".
Licitações
Isso porque, de acordo com o deputado, a empresa alemã apresentou, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade), órgão ligado ao Ministério da Justiça que está investigando o caso, documentos que comprovam que o Governo de São Paulo soube e deu aval à formação do cartel para licitações de obras do metrô do Estado. A negociação, destacou, está registrada em "diários" apresentados pela Siemens às autoridades brasileiras.
Dedé Teixeira ressaltou que as investigações do caso revelam que o cartel superfaturou uma das obras em 30%. "É o mesmo que dizer que os governantes tucanos jogaram nos trilhos R$ 3 em cada R$ 10 desembolsados com o dinheiro arrecadado com impostos", comparou. O petista afirmou que, segundo o Ministério Público e o Cade, nos 16 contratos correspondentes a seis projetos analisados, os prejuízos aos cofres públicos chegam a R$ 425,1 milhões, mas podem ser ainda maior.
Teixeira também criticou o fato de os ex-gestores tucanos e o atual governador Geraldo Alckmin declararem que não tinham conhecimento sobre o caso. O petista Antônio Carlos aproveitou o discurso de seu correligionário para avaliar o caso como um dos "maiores escândalos de corrupção da história desse País". Para ele, "isso faz cair por terra um discurso moralista e hipócrita de querer acusar o PT de corrupção". Durante as falas dos parlamentares, nenhum deputado do PSDB estava em plenário da Assembleia.