Paulo Vanzolini conseguiu equilibrar atividades diferentes. Compôs sambas antológicos e desenvolveu uma ciência de alto nível, a zoologia. Formou-se em Medicina, em 1947, mas escolheu essa área para poder estudar melhor anatomia, fisiologia e patologia.
Mais tarde, foi para Harvard, nos Estados Unidos, passou dois anos e meio e teve contato com os centros científicos mais avançados do mundo. De volta ao Brasil, passou a aplicar seus conhecimentos, em especial, no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Ele dirigiu a instituição entre 1963 e 1993 e participou da criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. É coautor da chamada Teoria dos Refúgios, desenvolvida em suas expedições na Amazônia.
O compositor nunca estudou música e nem pensou em abandonar a biologia para ser compositor profissional. Modesto, dizia que as músicas eram feitas nas horas vagas ou para matar as saudades. E, nessas horas vagas, surgiram composições clássicas, como “Volta por cima”, “Ronda”, "Praça Clóvis" e "Na boca da noite".
Paulo Vanzolini morreu poucos dias depois de completar 89 anos, em 28 de abril deste ano, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado com pneumonia aguda. A vida do compositor foi tema do documentário "Um homem de moral", de 2009, do cineasta Ricardo Dias. O enredo é centrado na obra musical do compositor, que concedeu duas entrevistas informais para o documentário. O programa Brasilidade é produzido por Ronaldo César e Eveline Urano e vai ao ar aos domingos, a partir das 18h, com reprise às terças-feiras, às 23h.
Da Redação