Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas acham que trabalhadores brasileiros não têm o que comemorar
Foi feita a pergunta “O trabalhador brasileiro tem o que comemorar no dia 1º de maio?”. Dos demais participantes, 32,8% disseram que novas conquistas foram alcançadas, mas os salários ainda são baixos. E 9% responderam que há o que comemorar, já que o emprego formal cresceu e a legislação evoluiu, beneficiando algumas categorias.
Para Diassis Diniz, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), o resultado é surpreendente. Ele explica que a relação emprego-trabalho-renda não pode ser analisada com esses fatores individualmente. “Não podemos ser reducionistas. Nos últimos 10 anos se percebe a recuperação da capacidade laborativa e a recomposição de uma política de direitos”, aponta. Ele diz que o salário mínimo representa um ganho muito expressivo que dá ao trabalhador poder de aquisição de bens de consumo que, aliados a outros índices, como o acesso ao crédito, significa benefícios à classe trabalhadora.
Diniz afirma ainda que a legislação trabalhista se consolidou e não registrou retrocessos. “Neste momento discutimos a PEC das Domésticas que beneficia a cinco milhões de trabalhadores”, calcula. “Então nós temos sim o que comemorar”, acredita.
O líder do Governo na Assembleia, deputado José Sarto (PSB), ressalta que o mercado de trabalho do Ceará está aquecido e com perspectivas bastante positivas diante do processo de expansão do Complexo Portuário e Industrial do Pecém. O parlamentar prospecta a geração de milhares de vagas de empregos formais e com boas condições de trabalho e remuneração.
Sarto ressalta ainda que não apenas o setor industrial está ofertando oportunidades de trabalho no Ceará. “Em fevereiro deste ano, por exemplo, o Ceará gerou 3.060 novos empregos formais em fevereiro”, citou, baseado nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse número representa o melhor resultado na região Nordeste, de acordo com ele, e isso “deve ser comemorado”.
Já para João Bosco Feitosa dos Santos, economista e sociólogo das Universidades Federal e Estadual do Ceará, ainda existem outras questões que devem ser acrescentadas às queixas dos internautas. “A precarização do trabalho tem sido um fator muito abordado com o enxugamento dos postos de trabalho e o acumulo de funções para quem permanece”, aponta. O sociólogo diz ainda que houve um aumento da exploração do trabalhador com metas cada vez mais exigentes.
“E o salário não acompanha o estímulo que é dado para que a sociedade consuma cada vez mais”, diz.
HS/CG