O deputado Ely Aguiar (PSDC) criticou, ontem, na Assembleia Legislativa, o esvaziamento do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), que, segundo ressaltou, neste momento de estiagem poderia estar apoiando a população. Para Ely, o que falta para resolver a questão é vontade política. “Todo período de seca é a mesma coisa, o mesmo filme. Em 1909 para combater os efeitos da seca no Nordeste, foi criado a Inspetoria de Obras Contra as Secas. Em 1945, criou-se o Dnocs, que, ao longo desses anos, construiu mais de 300 açudes de médio e grande porte”, destacou o deputado, dizendo que, agora, “o governo federal quer acabar com órgão”. O parlamentar afirmou que, nos dias correntes, o Departamento transformou-se indevidamente em cabide de emprego em virtude de maus gestores e maus políticos. “Agora, o governo federal quer transferi-lo para Brasília”, lamentou, dizendo que o órgão poderia estar, também, cuidando de cavar poços artesianos. Ainda sobre as competências que o Dnocs desenvolveu nas secas passadas, Ely Aguiar ressaltou a piscicultura, “que garantia o sustento de várias famílias”. Mais açõesEly Aguiar ajuizou que a bancada federal nordestina é muito forte para apoiar o governo federal, mas cobrou mais medidas em prol do semiárido. “São 151 deputados federais, de nove estados. O que eles estão fazendo sobre o Dnocs e a seca?”, indagou. Em aparte, o deputado Neto Nunes (PMDB) disse que o Dnocs é a instituição mais experiente e que foi a que mais colaborou para combater a seca, e reforçou que, no Nordeste, só não há mais sofrimento em virtude do trabalho que o órgão realizou quando estava em pleno funcionamento. “Os servidores não têm mais estímulo para trabalhar. Se isso não bastasse, a grande maioria dos recursos que ficaram à disposição do departamento vem sendo contingenciado”, asseverou. BurocraciaA deputada Eliane Novais (PSB), por sua vez, disse que o Dnocs está acorrentado pela burocracia. “A bancada cearense precisa unir forças para a reestruturação do órgão e para que ele permaneça em Fortaleza”, defendeu. O democrata Idemar Citó verbalizou que falta respeito por parte do governo federal para com a população nordestina. “O governo federal, que é o responsável, não está tomando nenhuma providência. Querer levar a sede para Brasília é uma falta de respeito com o Nordeste e com seus representantes políticos”, afirmou. A deputada Mirian Sobreira (PSB) disse que, em maio de 2012, já anunciava a certeza da seca. Um ano depois, nenhuma providência foi adotada. “Não há nem máquinas de perfuração para comprar. Falta sensibilidade para resolver o problema”, disse. (Rochana Lyvian, da Redação).