O diretor-presidente da Cagece, André Facó, diz que as medidas que darão novas diretrizes à atuação da companhia não significam privatização, mas sim o fortalecimento para que a atuação pública do órgão seja mais eficiente. “O setor tem passado por transformações muito grandes, com a entrada de empresas privadas, por isso temos que criar mecanismos empresariais contra essa ação”, diz Facó.
Com a aprovação da lei na Assembleia, a Cagece deve começar a colocar em prática nos próximos meses projetos que atualmente estão em fase de desenvolvimento ou negociação. Na mira da companhia estão ramos como geração de energia e gerenciamento de aterros sanitários. Facó explica que a geração de energia seria inicialmente para o autossustento das próprias estações de tratamento de água.
Porém, ele afirma que existe a possibilidade de, posteriormente, gerar também para a rede pública. Questionado se a entrada de investimentos privados vai implicar em aumento de custos para os consumidores, Facó diz que a tendência é o contrário: “Se vamos ter a oportunidade de atuar em negócios que vão gerar receitas acessórias, as tarifas vão ser cada vez mais módicas”. (Marcos Robério)
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Outro aspecto estratégico para a Cagece com a aprovação da nova lei é a possibilidade de atuação internacional do órgão. Essa ideia já vinha sendo trabalhada - inclusive com negociações de contratos – mesmo antes da aprovação do projeto.
A informação foi antecipada pelo O POVO em seu caderno de Economia, no último dia 9. O destaque é para possível contrato com uma das ilhas de Cabo Verde, na África, relativo a projetos de saneamento.
Facó reitera que há estudos em curso e que, no exterior, o objetivo é que a Cagece atue principalmente na África e na América Central. O órgão deve ainda atuar em consultorias para outros estados brasileiros.