O deputado Heitor Férrer, do PDT, uma das poucas vozes de oposição na Assembleia, mostrou sua idoneidade e coerência na forma de fazer política ao declinar de indicação para o cargo de Conselheiro do TCM.
Cargo equiparado ao de desembargador, com iguais prerrogativas. Na verdade, não ficaria nada bem para um deputado de oposição aceitar indicação para a vaga, agora já preenchida pelo advogado Hélio Parente.
Os eleitores de Férrer, e são milhares, não entenderiam a atitude do deputado. Heitor Férrer traz no sobrenome o mineral com o qual conjuga o nome: é ferro. E ferro não é mole de derreter. Só vai com fogo.
Outro qualquer, sem compromissos maiores com a coisa pública e respeito aos eleitores, aceitaria de pronto a honraria da distinção, mesmo calando uma das vozes mais atuantes e respeitadas. Heitor Férrer, declinando do convite, para o qual não houve desmentido, mais uma vez se engrandece. Preferiu continuar na luta a receber de mão beijada um cargo vitalício, com as mordomias e garantias daí decorrentes.
Heitor Férrer é pequeno na estatura, mas se alteia entre os grandes pelas atitudes e coerência demonstradas ao longo de sua vida pública.
Os eleitores não têm, portanto, nada a reclamar do seu representante na chamada Casa do Povo, e só têm muito a esperar de quem se faz ouvir e respeitar no plenário.
O deputado Wellington Landim, dado como certo para o TCM, abriu mão também de sua provável indicação, surgindo então um tertius na pessoa do assessor da Casa, advogado Hélio Parente.
Eduardo Fontesjornalista