O vereador Leonelzinho Alencar teve pedida a cassação de seu mandato por direcionar recursos públicos para o Instituto Jader Alencar
FOTO: MARÍLIA CAMELO
O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Walter Cavalcante (PMDB), afirmou que a Mesa Diretora não vai emitir qualquer opinião ou pronunciamento sobre o pedido de cassação do mandato de Leonelzinho Alencar (PTdoB), proposto pelo Ministério Público, até que o caso tenha sido transitado em julgado. Alguns parlamentares divergiram quanto à decisão, mas os que se manifestaram sobre o caso, enfatizaram que a situação do legislador atinge o trabalho da Câmara. Leonelzinho evitou contatos com a imprensa.
O promotor Ricardo Rocha, conforme noticiou o Diário do Nordeste, em sua edição de ontem, denunciou o vereador por atos de improbidade administrativa, enriquecendo ilicitamente com prejuízo ao patrimônio público do Município de Fortaleza por ter repassado o dinheiro público para o Instituto Jader Alencar, através de emendas parlamentares e convênios com a Prefeitura. A entidade é presidida por Solinésio Alencar, também citado na denúncia, embora o principal beneficiário seja o vereador, que dizia em seu jornal, que as atividades de seu mandato eram feitas através da organização, apontou a denúncia.
Leonelzinho Alencar foi o quarto mais votado na Capital, com 14.486 votos no ano passado. Através de denúncias de parlamentares na Câmara e Assembleia, foi constatado que sua mulher recebeu dinheiro do Bolsa Família por quase um ano, ainda que ele já estivesse exercendo o seu mandato parlamentar. O legislador também foi investigado pelo Ministério Público por conta de familiares com cargos na Prefeitura e questionado o acúmulo de funções dele na Capital e em São Gonçalo do Amarante.
Proibido
O vereador Eulógio Neto (PSC) ressaltou que o colega deve explicar "e muito bem" sobre o comportamento na Câmara e informou que o seu partido repudia a situação, pois se trata de dinheiro público que beneficia o grupo do vereador. "Realmente o Leonelzinho não assistiu a esse seminário. Nós aprendemos hoje que é proibido se autopromover com o dinheiro público. É bom que ele se explique o mais rápido possível", disse.
Para Antônio Henrique (PTN) todos os atos de vereadores que venham a questionar o desempenho parlamentar ferem os 43 membros da Câmara, porque, segundo ele, o trabalho é feito em colegiado e não somente por um vereador. "Quando há questionamento sobre um colega a própria sociedade não vê o vereador, mas generaliza e querem levar o problema para toda a Câmara", explica.