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Caos no trânsito atinge periferia e vira desafio para próxima gestão - QR Code Friendly
Segunda, 12 Novembro 2012 04:53

Caos no trânsito atinge periferia e vira desafio para próxima gestão

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  Principais vias de bairros como Parangaba, Montese e Messejana sofrem com grande fluxo de veículos Quilômetros de congestionamentos, impaciência, estresse e muito tempo desperdiçado dentro de um veículo. Trafegar hoje por Fortaleza, seja de carro, ônibus, vans e até motos, se transformou há muito tempo em desafio diário. E isso não se aplica somente à Aldeota, Dionísio Torres ou Centro. O problema se alastrou para bairros da periferia que sofrem do mesmo "mal" sem perspectiva de melhoria. A "herança" será recebida pelo próxima prefeito Roberto Cláudio, que terá pela frente a missão de, pelo menos, minimizar seus efeitos e buscar alternativas para a mobilidade urbana da cidade. Percorrer avenidas como a Sargento Hermínio, João Pessoa, Alberto Magno, Expedicionários, Gomes de Matos, Osório de Paiva, Nereu Ramos, Desembargador Praxedes, Francisco Sá, entre outras, é "angustiante em horário de pico", afirma o taxista Pedro de Araújo. "Estou na praça há 23 anos, e o problema só faz piorar", reclama. De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), referentes ao mês de agosto deste ano, a frota de Fortaleza é de 821 mil veículos. Somente, nos primeiros oito meses de 2012, um total de 56 mil novos veículos começaram a circular pela cidade, que não teve investimentos no mesmo percentual. Impasses Na opinião do professor do Departamento de Engenharia de Trânsito da Universidade Federal do Ceará (UFC), Paulo Holanda Cavalcante, escolher vias alternativas pode ser uma medida paliativa, mas o problema do trânsito precisa de uma série de ações para ser solucionado. "O Município necessita urgentemente de novas vias, pois as que existem estão saturadas e não aguentam tanto fluxo". A arquiteta e urbanista Mariana Reynaldo concorda com Paulo Holanda. No entanto, alerta, até mesmo as existentes apresentaram problemas. O viaduto da avenida 13 de Maio, finalizado em 1992, exemplifica, foi uma obra que provocou desentendimentos. Mal planejado, houve a necessidade de se colocar semáforos embaixo do viaduto. "E o pior: nas proximidades de uma rotatória", ironiza. Outra medida que deveria ser tomada para solucionar o problema do trânsito em Fortaleza, segundo a urbanista, é a renovação da pesquisa Origem e Destino (OD). Segundo ela, elemento central das atividades de planejamento de transporte, o estudo visa identificar características dos deslocamentos usuais da população. Na cidade, a pesquisa foi feita em 2003, e a última atualização ocorreu em 2007. "A nova gestão deveria fazer uma nova pesquisa para saber as atuais necessidades da população em termos de deslocamento". Impacto Para o economista Paulo César Batista, as razões para essas dificuldades de circulação são múltiplas: velocidade com que a cidade é adensada; construção de prédios e equipamentos urbanos sem preocupação com o impacto no sistema de circulação, e muitas vezes com o prejuízo desse sistema; ocupação das faixas de alargamento das vias; concentração da população e das atrações na parte mais rica e ausência de investimento público à altura da demanda por circulação. Há um descompasso entre o crescimento do número de veículos nas ruas e a expansão da malha viária da cidade. "Nos últimos 10 anos, a frota aumentou 104% em Fortaleza", aponta o engenheiro de Transporte, João Arruda. Enquanto todos esses veículos estão nas ruas, a cidade permanece quase a mesma, e isso reflete também na periferia. As obras, frisa, anteriormente realizadas para desafogar o trânsito, como as avenidas Domingos Olímpio e a Washington Soares, há muito, já vêm apresentando dificuldades para deslocamento. "Não é um impedimento que a cidade cresça, mas a questão é como ordenar a ocupação. Isso é que está faltando e acredito que a nova gestão terá que focar mais investimentos", diz. Mais túneis e faixas exclusivas A integração das linhas de ônibus, metrô e do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), com bilhete único, através do qual o passageiro poderá, no prazo de duas horas, trocar de transporte sem pagar uma nova passagem; a construção de túneis em pontos como as avenidas Aguanambi e a Praça Portugal e de uma alça expressa ligando o Mucuripe ao Pirambu são alguns dos projetos do prefeito eleito de Fortaleza, Roberto Cláudio, para os próximos quatro anos, com o objetivo de melhorar a mobilidade urbana da cida Além disso, a nova gestão promete desenvolver a implantação do sistema de Transporte Rápido por Ônibus (BRT), criando faixas exclusivas para o transporte público nas principais avenidas dos mais diversos bairros da cidade. Outras ações programadas serão a implantação de um sistema de ciclovias integrado com os demais sistemas de transporte público; transformar a Perimetral em uma via expressa e efetivar a Av. Almirante Henrique Saboia como via expressa através da construção de túneis. Enquanto os projetos não saem do papel, motoristas e usuários do sistema de transporte público reclamam das dificuldades de locomoção. No Montese, por exemplo, a vida de condutores, pedestres e comércio não é fácil devido ao trânsito caótico. Movimento Por ser ponto de agências bancárias e outros serviços, a Avenida Professor Gomes de Matos vira um caos, principalmente em horários comercial e de pico. Por ali, passam veículos vindos de vários bairros e como os estacionamentos são raros, a confusão aumenta. Tem gente que para o carro na calçada, faz fila dupla e deixa o problema para o outro. No meio disso tudo, o pedestre que se arrisca para atravessar a via fora da faixa indicada. "É uma loucura", afirma o vendedor autônomo, Luis Felipe de Souza Filho. Segundo conta, as irregularidades são da maioria. "Sem fiscalização fica difícil organizar a bagunça", define. A Av. Alberto Magno é outra cheia de problemas no fluxo. O comerciante Fábio Feitosa diz que, sem ter como estacionar, os motoristas param próximos aos bancos sem se preocupar no transtorno causado. "Complicado é sim, mas a criação de mais vagas não seria a solução ideal para isso aí. Acho que nem a colocação de mais semáforos e faixas de pedestres. A questão é mais ampla que isso", diz. A dona de casa Maria Denisa de Oliveira defende mais fiscalização com relação às calçadas. "A gente arrisca a vida tendo que passar no meio dos carros". Na avaliação do coordenador do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), Daniel Lustosa, a cidade passa por um processo de infraestrutura inédito, com investimentos superiores a R$ 830 milhões em mobilidade e é preciso paciência para sua conclusão. OPINIÃO DO ESPECIALISTA É preciso investir em novas vias e mais campanhas José Wagner de Paiva Queiroz Lima - Psicólogo especialista em trânsito Não foi apenas a quantidade da frota de veículos que cresceu sensivelmente nos últimos anos, mas também o número de condutores de veículos que são habilitados mensalmente em especial na Capital cearense. O último prefeito que realizou alguma intervenção mais ousada no trânsito - mesmo com todas as críticas dos especialista - foi o Juraci Magalhães. Ele Ampliou a Avenida Domingos Olímpio; fez a Via Expressa;construiu alguns viadutos como o da Av. Treze de Maio com Av. Aguanambi; Av. Santos Dumont com Av. Engenheiro Santana Júnior, entre outras intervenções. Acredito que faltou em Fortaleza planejamento urbano. A curto prazo, enquanto as intervenções de engenharia não acontecem, os condutores de veículos necessitam aprender a lidar com a atual realidade viária da cidade, procurando antecipar-se quanto a saída de sua residência ao seu destino, em meia hora do seu horário habitual, por exemplo; buscar vias alternativas que o possibilitem chegar ao mesmo destino, evitando, assim, os trajetos mais congestionados; e, diante de congestionamentos inevitáveis, buscar comunicar-se com o seu destino esclarecendo a situação no trânsito. A curto e a médio prazo, o setor de transportes coletivos deve investir e propor ao cidadão, que costumeiramente se desloca ao trabalho em veículo particular, o uso de ônibus com conforto e qualidade (ar-condicionado, assentos estofados e com rotas pré-estabelecidas, segundo o interesse dos cidadães). O metrô deve ser uma das alternativas a colaborar neste sistema. A longo prazo, intervenções de engenharia como a construção de viadutos, novas vias, alargamento de ruas, passarelas em pontos de fluxo de pessoas para diminuição de semáforos, redirecionamento de ruas e avenidas. Além de campanhas de conscientização ao cidadão, lembrando-o e reforçando comportamentos adequados e seguros no trânsito. LÊDA GONÇALVESREPÓRTER
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