A peça resultou de uma pesquisa sobre o tema feita por Rhamon, que vive com HIV e revelou sua sorologia em 2017. Apesar de ser uma dramaturgia autobiográfica, o autor não relata sua trajetória nos palcos, mas sim, se embasa na historicidade dos fatos para compor a dramaturgia.

O espetáculo de dança e intervenção urbana chamado “Delirantes e Malsãs”, do grupo “No Barraco da Constância Tem!”, é outro destaque do Em Cena. A obra estreou em 2020, mas a pesquisa iniciou em 2018, relembrando os 500 anos do mais conhecido caso de coreomania da história – fenômeno social que ocorreu principalmente na Europa, entre os séculos XIV e XVII, e afetou adultos e crianças, que dançaram até desmaiar de exaustão e/ou desenvolverem ferimentos.

Ainda em 2018, desejosos de invocar o delírio como forma de manifesto em meio a um contexto sócio-histórico onde a liberdade encontrava-se ameaçada pela ascensão de ideologias fascistas, o coletivo realizou performances de longa duração chamadas “Epidêmica” e “Erradicada”, nas quais os integrantes dançaram por oito horas ininterruptas na praça Almirante Saldanha.

William Pereira Monte e Honório Félix, integrantes do coletivo e convidados do programa, relatam como o espetáculo tem impactado o público que o assiste. “Delirantes e Malsãs” será apresentado em equipamentos da Rede Cuca de Fortaleza nos dias 5, 18 e 26 de outubro. A entrada é gratuita.

Com apresentação de Luciana Andrade, produção de Virna Cavalcante e Adriano Alves e direção de Clara Pinho, o Em Cena vai ao ar às quintas-feiras, a partir das 19h20. A reprise acontece ao longo da semana, durante a programação da TV Assembleia.

BD/AT