Militantes vestidos de amarelo tomaram as ruas de Fortaleza impressionando o mundo petista até aqui o dominador dos espaços
Fotos: Kiko Silva
Os petistas foram surpreendidos com o amarelo surgido nas ruas confrontando com o seu vermelho
O colorido que as roupas e bandeiras amarelo e vermelho fez tomar conta da cidade, ontem, embelezou mais ainda a festa da democracia. O PT perdeu a condição de ser o único partido de militância aguerrida, presente, atuante, decisiva nos momentos mais difíceis para a agremiação. O PSB de Fortaleza desbancou-o. Jovens, senhoras e senhores apoiadores do candidato do partido foram às ruas e surpreenderam os petistas. Em todos os pontos da cidade havia uma marcante presença dos eleitores de Roberto Cláudio.
Algumas ocorrências policiais, por conta dessa participação da militância de ambas as candidaturas, não enodoam a festa. A disputa, pelo grau de tensão alcançado, deixava antever que alguns episódios antidemocráticos e pontuais poderiam acontecer. Mas o importante mesmo é celebrarmos o envolvimento da sociedade em defesa dos seus candidatos, saindo daquela letargia tão comum nos espaços dominados por regimes autoritários e mostrando sua responsabilidade na escolha do dirigente do Executivo municipal.
Normalidade
A campanha eleitoral agora concluída, tanto no primeiro quanto no segundo turno, transcorreu dentro da normalidade. A existência de um segundo turno com os candidatos Roberto Cláudio e Elmano de Freitas já era esperada. Em mais de uma oportunidade, matérias publicadas no Diário do Nordeste apontavam para a disputa entre ambos.
Eram as duas candidaturas mais bem estruturadas e com apoiamentos consistentes, montadas com todos os meios necessários a uma postulação executiva que almejasse ser competitiva. O fato de os dois candidatos serem menos conhecidos do eleitorado só ajudou a ambos, ficando as rejeições por conta de elementos outros agregados às duas coligações.
As lamúrias surgidas a partir de ontem, da parte de integrantes do grupo vencido, não desmerecem o resultado apontado pelas urnas. É sempre assim, a cada eleição, o malsucedido aponta várias razões, que não os seus próprios erros, para passar a ideia de vítima, na tentativa, em vão, de justificar uma situação imposta por quem é o único senhor do pleito, o eleitor.
Sair de cabeça erguida valoriza o seu empenho na campanha. Protestar por não ter conseguido os votos necessários para se eleger, além de não resultar em qualquer vantagem, só diminui o perdedor.
Elmano apostou muito alto no PT e no ex-presidente Lula. Não recebeu de ambos o que esperava. De Luizianne, por certo, teve tudo, mas era preciso bem mais. A visita de Lula, rápida, em horário inconveniente, nem sequer lhe rendeu um bom material para a propaganda eleitoral no rádio e na televisão, além do que ele já vinha utilizando desde o início da campanha. Do outro lado, Roberto Cláudio tinha tudo o que faltava a Elmano, inclusive uma larga e sólida base de apoio político.
Coligação
A postulação de Roberto Cláudio foi montada em base sólida, profissional, empenho permanente do governador Cid Gomes e dos demais integrantes da coligação, tanto na etapa inicial da disputa quanto no segundo turno, quando o raio de apoio foi ampliado com a participação do Moroni Torgan, Inácio Arruda, Alexandre Pereira e outros.
Fortaleza, por certo, será bem administrada nos próximos quatro anos que se iniciam a partir de janeiro próximo. Roberto Cláudio é uma das grandes revelações da política cearense nesta década. Ele reúne todas as qualidades inerentes ao cidadão, na sua mais sublime expressão, coisa rara na maioria dos nossos políticos, além de ter a sensibilidade reclamada para o bom executivo do serviço público, sobretudo ao que cuidará das questões de uma cidade carente dos meios necessários ao atendimento dos reclamos da população.
EDISON SILVAEDITOR DE POLÍTICA