FACHADA de onde funcionava a loja "Lumens Light", nos fundos do prédio localizado na Frei Mansueto, hoje ocupado pelo gabinete de Heitor Freire
(Foto: Alex Gomes - Especial para O POVO/Alex Gomes - Especial para O POVO)
Alvo de pedido de afastamento da presidência do PSL no Ceará, Heitor Freire nega que irá deixar o comando da legenda e afirma que as denúncias feitas se dirigem não a ele, mas ao partido.
O pedido de destituição de Freire foi apresentado na última quarta-feira, 26, pelos deputados estaduais André Fernandes e Delegado Cavalcante, ambos do PSL. Segundo eles, o deputado federal feriu o código de ética e o estatuto da legenda, além de ter adotado comportamento incompatível com o cargo de dirigente da sigla.
Como O POVO mostrou ontem, os parlamentes acusam Heitor Freire de perseguição política e de mau uso de recursos públicos. E citam o caso de pagamento de R$ 11 mil por mês para bancar um imóvel onde funcionou uma empresa da família do deputado, a Lumens Light, enquanto despachava noutro endereço.
"Como se verifica facilmente, o uso indevido ou irregular de verba da cota parlamentar constitui pecado contra o exercício do mandato", afirmam os dois pesselistas no documento submetido ao presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE).
Para o presidente do PSL no Estado, as denúncias de Cavalcante e Fernandes "não estão direcionadas somente contra a pessoa do deputado, como presidente do partido, mas contra o próprio partido".
O congressista classificou o pedido de afastamento contra ele como "totalmente leviano, ainda mais ao se levar em consideração que peguei o partido numa situação de calamidade quanto às prestações de contas das gestões anteriores".
Questionado se pretende adotar alguma sanção contra os colegas de legenda, Freire disse que "a questão disciplinar é matéria que merecerá atenção de todo o partido, cabendo salientar que as atitudes dos deputados demonstra que a expulsão seja o objetivo almejados pelos mesmos".
Heitor então menciona trecho do regimento do PSL e diz que ele "é cristalino para subsidiar qualquer análise a respeito da conduta dos deputados". O dirigente afirma, porém, que "todas as providências que serão adotadas terão como pilar a serenidade e o melhor caminho para evitar desgaste ainda maior do nosso partido, o que foi provocado de forma irresponsável e com má-fé".
Autores do pedido de destituição do presidente, Cavalcante e Fernandes convocaram para a manhã de hoje uma coletiva de imprensa, na Assembleia Legislativa, na qual prometem apresentar detalhes das acusações feitas contra o presidente do partido no Ceará. (Henrique Araújo)