Capitão Wagner (Pros) está em campo desde que a campanha eleitoral terminou. Ele é pré-candidato a prefeito. A base aliada, por sua vez, não tem candidato natural. Wagner, hoje, é o nome que está posto. No momento, é o favorito para ser prefeito de Fortaleza.
Apesar disso, a base do prefeito Roberto Cláudio (PDT) não demonstra nervosismo. A hipótese de um medalhão na disputa é remota. Não deve ser alguém com experiência em eleições majoritárias. A chance de Cid Gomes (PDT) ser o candidato, por exemplo, não é hoje cogitada. Claro, falta mais de um ano para a eleição e tudo pode acontecer. Porém, a Prefeitura caminha hoje para concorrer com um quase desconhecido da maioria do eleitorado.
Os nomes especulados estão entre secretários ou parlamentares: Águeda Muniz (Urbanismo e Meio Ambiente) e Samuel Dias (Governo) são as opções na gestão municipal. Na gestão estadual, fala-se do nome de Élcio Batista (Casa Civil). Na Assembleia Legislativa, há José Sarto (PDT), Salmito Filho (PDT) e Queiroz Filho (PDT). Este último é o mais próximo ao prefeito. Algum deles bateria Wagner? Eis a questão para o governismo.
No Paço Municipal, há a convicção de que qualquer um deles largaria lá atrás. Na casa de 1% a 2%. Então, não é melhor lançar logo o nome? A percepção na cúpula é de que não adianta. Tanto tempo antes da eleição, o candidato não decolaria. Nem sequer chegaria aos dois dígitos. Esse processo se acelera perto da eleição.
Então, a eleição está perdida para a base aliada? Não necessariamente. O que fará o candidato subir o estagnar, na avaliação dos estrategistas do Paço, é o desempenho da administração Roberto Cláudio. Se a gestão estiver bem avaliada, irá impulsionar o candidato. Se estiver mal, não há nome que salve.
Nesse sentido, a sucessão de Roberto Cláudio se espelha na sucessão de Cid Gomes (PDT). Camilo Santana (PT) largou lá atrás e venceu Eunício Oliveira (MDB), que começou disparado na frente. Em que pese que Fortaleza não é o Ceará e Wagner não é Eunício.
A cartilha de RC é a de Cid, que não é a de Lula nem de Bolsonaro
Roberto Cláudio segue a cartilha de Cid em relação ao tempo. Evita antecipar passos e definições. Entende que, se abrir agora o debate eleitoral, a gestão será engolida pela política. Não é, por exemplo, o que fez Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando decidiu lançar a então desconhecida Dilma Rousseff (PT) a presidente. Quatro anos antes da eleição, no começo de 2007, disse que ela era a "mãe do PAC" e a colocou na rua como virtual candidata.
O prefeito também não segue o script de Jair Bolsonaro (PSL), que em 2014 iniciou a exposição que culminou com a chegada à Presidência em 2018.
Definição começa em outubro e entra por 2020
O PDT deverá iniciar em outubro as discussões sobre a sucessão. O cronograma foi sugerido pelo próprio prefeito ao partido. A proposta de Roberto Cláudio é fazer um ciclo de debates sobre a gestão que se encerra. Quer colocar a Prefeitura como protagonista. E definir o conteúdo da candidatura, para além do nome. Será continuidade, mas o que mais?
Em paralelo, haverá busca de filiações. De militantes, mas também de potenciais candidatos a vereador. Entre os interessados em concorrer está o secretário da Regional II, Ferruccio Feitosa.
A definição do nome, mesmo, deve ocorrer no começo de 2020.
ÉRICO FIRMO