A Assembleia Legislativa realizará, na tarde da próxima segunda-feira (19), a primeira reunião do Colégio de Líderes do ano, que deve deliberar, dentre outras pautas, sobre a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico. Lideranças partidárias na Casa apresentaram demandas que devem ser levadas ao encontro, que vão desde o início das atividades do Conselho de Ética até mudanças no Regimento Interno.
No entanto, parlamentares reclamam que as reuniões do Colégio de Líderes, geralmente, não têm o resultado esperado, visto que muito do que é discutido acaba não sendo colocado em prática pela Mesa Diretora. "Eu convidei os senhores deputados para fazermos uma avaliação da CPI do Narcotráfico, e até onde podemos ir. Não tenho problemas em fazer CPI, mas precisamos saber se a CPI vai chegar onde queremos", disse o presidente do Legislativo, o deputado Zezinho Albuquerque (PDT).
Líder do Governo Camilo Santana na Assembleia, o deputado Evandro Leitão (PDT) afirmou que uma das pautas que levará ao encontro trata do respeito ao Regimento Interno da Casa. Segundo ele, falta maior atenção à tramitação das matérias, bem como conhecimento daquilo que rege os trabalhos no Legislativo.
Deputados também defenderam a imediata instalação do Conselho de Ética da Casa, até por conta dos casos recentes ocorridos nos bastidores e no plenário da Assembleia. "Essas questões de ataques pessoais entre deputados não podem continuar ocorrendo", afirmou Carlos Felipe, líder da bancada do PCdoB. Joaquim Noronha (PRP) afirmou que esse também será um dos pontos que levará para o encontro.
Debates nacionais
Renato Roseno, do PSOL, defenderá que a Casa adentre em debates nacionais. "Estamos tendo crise política gigante, com casas deslegitimadas. É preciso ter transparência ativa e fazer debates sobre grandes temas. A política paroquial não pode se manter como o ponto principal das casas legislativas", afirmou.
O deputado Capitão Wagner (PR) disse que a instalação da CPI do Narcotráfico é o que há de mais urgente no momento e defendeu que a Assembleia tome uma posição. "Espero que a reunião seja produtiva e tudo se torne prática. A gente fica chateado ao encerrar uma reunião e as decisões não se concretizam".