Ao demonstrar preocupação com o debate da reforma política, o deputado Fernando Hugo (PP) defende, em pronunciamento na Assembleia Legislativa, mais discussões sobre a proposta. Para o parlamentar, a crise generalizada, que tomou o Brasil, tem origem na corrupção do sistema político, tornando a reforma extremamente necessária.
Os dois relatórios já foram aprovados pelos membros da comissão e o terceiro deve ser votado na próxima semana. Para que as mudanças já sejam válidas nas eleições de 2018, a reforma deve ser aprovada pelo Congresso Nacional até o mês de outubro deste ano.
Fernando Hugo afirmou que, da forma como foi elaborada a proposta, somente alguns se beneficiarão e o povo terá o direito de escolha restringido. Como exemplo, o parlamentar abordou a proposta de lista fechada nas eleições, que implicaria no voto por partido com dois candidatos pré-escolhidos em eleição dentro da legenda.
“Em todo o Brasil, temos donos de partidos. Ele escolherá as duas cabeças para representar o partido. E o povo? Onde fica o poder da escolha? Isso é um retrocesso. É voltar aos tempos de coronelismo”, lamentou.
O financiamento de campanhas, por meio da criação de um fundo eleitoral abastecido com recursos públicos, também foi criticado pelo deputado. Fernando Hugo avaliou ser impossível a divisão do dinheiro de forma igualitária entre partidos e, mesmo, dentro deles. “Sabemos como o dinheiro infelizmente determina resultados eleitorais e como ele é usado para compra de votos, fazendo com que candidatos sejam bem votados em lugares que nunca pisaram”, criticou ele.
Já o deputado Tomaz Holanda (PPS) defendeu a discussão da proposta durante a tramitação no Congresso Nacional. “Se esse modelo de lista passar, já pensaram na quantidade de pessoas atuantes que ficarão fora dela para dar lugar a outros com mais números de voto ou dinheiro?”, questionou.