O deputado estadual Capitão Wagner (PR) acusou ontem os responsáveis pelo inquérito da Chacina da Messejana de terem “forjado provas” contra 44 policiais militares presos no caso. Wagner disse que uma delegada inventou provas nos autos. O parlamentar criticou ainda “falta de coragem” da Justiça do Ceará para libertar os agentes.
“Até hoje, não existe nenhuma testemunha que aponte provas contra esses militares (…). A delegada apontou fatos que não existiam nos autos. Ela forjou localização geográfica nos mapas apresentados no processo. Eu não entendo por que, com tantas falhas, o juiz não liberta esses policiais”, disse Wagner na Assembleia.
O parlamentar destacou ainda recente decisão que liberou grupo criminoso conhecido como “Quadrilha dos Pipoca”, envolvida em assaltos a banco e carros-fortes no Interior. “Essa quadrilha, apreendida com armamento de grosso calibre e que já matou três policiais, foi libertada por decisão do STF, mas nenhum juiz cearense teve coragem para soltar os 44 PMs”, acusou.
Chacina
Os 44 policiais acusados de participarem da chacina tiveram prisão decretada por um colegiado de três juízes em agosto do ano passado. Segundo denúncia do Ministério Público do Estado (MP-CE), eles teriam participação no assassinato de onze pessoas na Chacina da Messejana, ocorrida na madrugada de 12 de novembro de 2015.
A delegada Adriana Câmara, responsável pelo inquérito do caso, não quis comentar declarações de Wagner. Em nota, a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) informou que investigação tocada pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI) respeitou todo o trâmite processual. Ela destaca ainda que mais de 200 testemunhas foram ouvidas no caso.