Bancada do PMDB na Assembleia saiu ontem em defesa do senador Eunício Oliveira (PMDB). Após o deputado estadual Renato Roseno (Psol) comentar operação da Polícia Federal mirando empresas do presidente do Senado, dois peemedebistas subiram à tribuna da Casa para defender o líder do partido no Ceará.
“Venho esclarecer que esta operação da PF não traz nenhum temor à biografia do senador Eunício”, disse Leonardo Araújo (PMDB). O deputado disse ainda não ter “qualquer preocupação” com relação ao senador e que ele só é alvo da operação por “atribuição do cargo que ocupa”.
Sobrinho de Eunício, o deputado Danniel Oliveira (PMDB) também saiu em defesa do senador, destacando que operação se baseia apenas em delações.
“Nada foi comprovado contra ele, não se pode condenar alguém apenas por, supostamente, ser citado”, disse.
Ontem, a Polícia Federal cumpriu vários mandados judiciais da “Operação Satélites”, nova fase da Lava Jato. Entre os alvos da ação, está a sede em Brasília da empresa Confederal Vigilância e Transporte de Valores, de propriedade do senador Eunício Oliveira.
Com mandados de busca e apreensão em Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Maceió e Salvador, essa foi a primeira operação cumprida com base nas delações da Odebrecht. Não há políticos investigados nesta etapa, mas pessoas ligadas a eles.
O objetivo é investigar indícios dos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Em Pernambuco, Mário Barbosa Beltrão, empresário ligado ao senador Humberto Costa, e Sofia Beltrão também são alvos.
Humberto Costa também se manifestou por meio de sua assessoria. “O senador está certo de que a ação vai corroborar a apuração realizada até agora, que aponta para o teor infundado da acusação e da inexistência de qualquer elemento que desabone a sua vida pública”, dizia nota. (Carlos Mazza com agências)
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Corrupção
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ontem, durante cerimônia de devolução ao Estado do Rio de R$ 250 milhões desviados pelo esquema que seria chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que a sociedade não “suporta mais esse tipo de atuação”.
A quantia foi acumulada por meio de corrupção durante a gestão do peemedebista (janeiro de 2007 a abril de 2014), segundo investigações da Lava Jato no Rio.
Janot afirmou que a forma de reagir a “essa insana corrupção que assola o Rio e o Brasil como um todo” é por meio da institucionalidade.