Paulo César Norões: A história há de julgar
Todos os presidentes, desde a redemocratização, manifestaram o desejo de fazer as tão reclamadas reformas que - dizem - corrigiriam problemas crônicos da economia brasileira. Não passaram do discurso para a prática por medo das reações populares. Afinal, mexer na Previdência ou nas leis trabalhistas, por exemplo, é, em última instância, mexer no bolso do cidadão. Ora, se é assim, por que logo um presidente (para muitos ilegítimo) como Michel Temer se mete a fazer o que seus antecessores não tiveram coragem? O próprio Temer respondeu, no café da manhã com jornalistas, ontem. Ele já é impopular. Ou seja, não tem nada a perder. Toca as reformas na esperança de que, no futuro, produzam os resultados prometidos pela equipe econômica e o País volte a crescer. E aí, quem sabe ele seja finalmente absolvido.
Ano pesado
Assembleia deve fechar o ano nesta sexta-feira com um pronunciamento do presidente Zezinho Albuquerque, que fará em plenário um balanço de sua administração e a votação do Orçamento do Estado para 2017. Hoje, ainda, o departamento legislativo distribui para a imprensa o levantamento do número de requerimentos e projetos aprovados e rejeitados. Foi um ano intenso para a Mesa Diretora.
Esperança
Já foram publicadas no Diário Oficial do Estado, as emendas constitucionais aprovadas pela Assembleia. Inclusive a mais polêmica, que extinguiu o TCM. A esperança dos que defendem a permanência do Tribunal é o STF, que vai julgar o recurso arguindo a inconstitucionalidade da matéria. Se for concedida a liminar solicitada, tudo volta à estaca zero e o TCM volta a funcionar.
Coletânea
Primeiro-secretário da Assembleia, que deixará a função no próximo dia 1º de fevereiro, Sérgio Aguiar, deixa à disposição dos parlamentares e da própria sociedade coletânea jurídica, com resoluções e leis aprovadas pela AL. Num dos livros, leis complementares, desde a primeira, aprovada em 5 de novembro de 1891. O acervo também ficará na Biblioteca César Cals, da Assembléia Legislativa.
Baixas
Rompimento com o governo custou ao grupo político ligado a Domingos Filho pelo menos três baixas na Assembleia, até aqui. Além de Osmar Baquit, que pulou fora já na eleição da Mesa Diretora e em seguida foi para a Secretaria da Pesca, outros dois deputados do grupo votaram com o governo na PEC da Extinção do TCM: Gony Arruda e Laís Nunes. Esta, aliás, a partir de janeiro será prefeita de Icó.
Baixas 2
Com a saída, também, de Naumi Amorim, que deixa a Assembleia para assumir a Prefeitura de Caucaia, a bancada 'dominguista', que há um mês tinha sete deputados estaduais, será reduzida a apenas três. Isto porque Laís e Naumi foram eleitos deputados na coligação ligada, à época, ao grupo dos Ferreira Gomes. As vagas deles, portanto, serão herdadas por governistas.
"Estou aproveitando a suposta impopularidade para tomar medidas impopulares"
Michel Temer
Presidente do Brasil