A formação de uma comissão intersetorial composta pelas secretarias municipais da saúde e pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) para discutir o tratamento de pacientes acometidos pela dislipidemia foi proposta em audiência realizada na manhã de ontem (21), que discutiu o tema na Assembleia Legislativa.
Segundo a deputada Fernanda Pessoa (PR), requerente da audiência, o objetivo da comissão seria avaliar quais pacientes poderiam utilizar o novo medicamento para controle de colesterol – denominado novo alirocumabe – que foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no mês de agosto.
“Este medicamento tem um custo elevado e seria bom que ele fosse disponibilizado nas redes públicas de saúde para a população que não tem condições de comprá-lo”, defendeu a parlamentar. Ainda segundo Fernanda Pessoa, tem sido muito comum no País a judicialização do processo de obtenção de determinados medicamentos, o que prejudica o acesso à saúde de milhões de brasileiros. “É importante que as redes públicas do País possam disponibilizar o máximo possível de medicamentos fundamentais para a vida dos cidadãos, sempre prezando pela prevenção de doenças e promoção da qualidade de vida de todos”, salientou.
O representante da Sociedade Brasileira de Cardiologia, André Faludi, informou que um terço das mortes registradas no Brasil são causadas por problemas cardiovasculares, o que acarreta um elevado custo anual de tratamento e prevenção de doenças para a rede pública de saúde.
“As doenças cardiovasculares são preveníveis, mas o tratamento muitas vezes é prejudicado porque ainda há, infelizmente, no País, falta de registros válidos, falta de estratégias de triagem para detectar casos-índice, e ainda há a barreira em relação ao custo/acesso aos testes genéticos”, comentou André Faludi.