Debate da TV O POVO contou com a participação de seis candidatos a prefeito de Fortaleza: Roberto Cláudio (PDT), Luizianne Lins (PT), Tin Gomes (PHS), Heitor Férrer (PSB), Ronaldo Martins (PRB) e Capitão Wagner (PR)
FOTO: CAMILA DE ALMEIDA
Debate da TV O POVO realizado ontem viu o acirramento da polarização entre Roberto Cláudio (PDT), Capitão Wagner (PR), Luizianne Lins (PT) e Heitor Férrer (PSB) na disputa. Líder nas pesquisas de intenção de votos, o atual prefeito acabou virando “alvo” preferido de candidatos, que focaram críticas aos seus três anos e nove meses à frente da Prefeitura.
Em debate centrado nos temas de saúde e educação, candidatos polarizaram com o prefeito até mesmo em assuntos menos polêmicos, como a Cultura.
Pressionado por ataques da maioria dos candidatos, RC chegou a pedir direito de resposta três vezes – sendo o único candidato a usar o recurso.
Candidato que vinha evitando conflito com o prefeito, Capitão Wagner deixou o “deixa disso” e partiu para o confronto direto. Logo no 2º bloco, respondeu duro ao ser questionado por RC sobre propostas para a Cultura. “A boa oratória do prefeito nos leva a nos enganarmos (...) o que tivemos pela 1ª vez na gestão foi artistas ocupando a Secretaria de Cultura pelo não pagamento de editais”.
Roberto Cláudio, por sua vez, rebateu: “O candidato Capitão Wagner é muito hábil em atacar, mas se pegar o currículo vai ver que não tem muitas realizações”. Eles voltaram a se “bicar” por diversas vezes durante o debate.
A ex-prefeita Luizianne Lins, por sua vez, também apostou na polarização com o prefeito. Entre os temas, ela criticou aumento de número de cargos comissionados, redução de creches em tempo integral e o fim de laboratórios em escolas municipais.
“O prefeito deveria pegar os R$ 300 milhões que ganhou em ação do Fundeb e, ao invés de ficar brigando com professores, reabrir laboratórios de informática”, disse. RC respondeu: “Esses laboratórios que você fala eram espaço de clientelismo, de troca de favores”, disse.
“Verborragia”
Heitor Férrer também saiu em crítica ao prefeito, ao atacar contratos da gestão com organizações sociais para gestão da saúde. “Estamos hoje pagando o ISGH, que encareceu a compra de medicamentos (...) alguns medicamentos custam quase o dobro”.
Em resposta, RC negou a informação e disse que diversos medicamentos são comprados por até um terço do valor de mercado, o que foi rebatido por Heitor como “verborragia”. A fala incomodou o prefeito, que pediu direito de resposta: “Pelo modelo que Heitor sugere, alguns remédios estão atrasados há 48 meses”, disse.
O debate da TV O POVO teve sete blocos e duas horas de duração, começando às 18 horas e terminando às 20 horas. O programa foi apresentado pelo jornalista e colunista de política do O POVO, Fábio Campos. Foram convidados os seis candidatos de coligações que possuem mais denove deputados na Câmara.
Às 18 horas de hoje, a TV O POVO realiza novo debate com os candidatos a vice-prefeito das seis chapas. Estão convidados Moroni Torgan (DEM), Gaudêncio Lucena (PMDB), Elmano de Freitas (PT), Dimas Oliveira (Rede), Nina Carvalho (PRB) e Nilton Araújo (PHS).
SAIBA MAIS
Demais candidatos
no debate da TV O POVO, Ronaldo Martins (PRB) e Tin Gomes (PHS) focaram sua participação na apresentação de propostas para a Cidade.
Ronaldo, por exemplo, propôs a criação de Conselhos de Bairro para avaliar serviços públicos e do programa "Acolher" para jovens sob ameaça do tráfico de drogas.
Ele chegou a polarizar com Heitor Férrer sobre questão dos fotossensores: enquanto Heitor propõe a remoção de até 50% dos equipamentos, Ronaldo propôs sinalizá-los.
Já Tin propôs atendimento médico em casa para idosos, além de contratar mil guardas.
Capitão Wagner também propôs o tráfego de mototáxis nas faixas de ônibus, bem como o passe livre estudantil.