As empresas do entorno do Dragão do Mar fecharam 427 postos de trabalho com carteira assinada de 2015 a 2016. Antes, empregavam 995 pessoas. Hoje, são 568. Os estabelecimento foram fechando ou reduzindo as atividades por causa do caos urbano da região. Violência, lixo, ocupação irregular, extorsão por flanelinhas são situações cotidianas por ali.
LEIA TAMBÉM
Buoni Amici's corre risco de fechar
A situação se agrava com a invasão da feira da José Avelino que cresce e, hoje, quase bate à porta das empresas. Há cerca de uma semana, a Associação Dragões do Mar, que agrega empresários do entorno do centro cultural, resolveu se manifestar quando soube que um empreendimento privado, chamado Shopping Chão (na José Avelino com Nogueira Acioly), está em vias de ter construção aprovada. Seriam seis mil boxes para os feirantes da José Avelino. Outro, fica na rua Dragão do Mar, em meio a casas noturnas.
Do manifesto, nasceu a reunião realizada ontem na Assembleia Legislativa. Além de empresários da região, participaram entidades ligadas ao turismo, bares e restaurantes e poder público.
Os empresários do Dragão denunciam ocupação irregular de ambulantes, que vendem bebidas a menores, utilizam botijões de gás na rua e vendem comida sem fiscalização. Também apontam extorsão por flanelinhas, que determinam valores para estacionamento na rua e cobram adiantado.
A violência, segundo eles, também é recorrente no que chamam de “cracolândia”. O trânsito também é caótico, com ônibus que vão para a Feira da José Avelino na contramão e estacionando em lugares indevidos.
Patrícia Carvalhedo, proprietária do Órbita Bar e diretora-executiva da Associação Dragões do Mar, diz que o maior problema não são os vendedores, mas o poder público que não fiscaliza a informalidade. “Os fiscais do Governo e da Prefeitura passam pelos ambulantes e vão fiscalizar os formais. O que queremos é que a lei seja cumprida para nós e para eles”.
Presente, o vereador Elpídio Nogueira (PDT), ex-secretário do Turismo, enviou as demandas dos empresários ao prefeito Roberto Cláudio pelo Whatsapp. Em seguida, informou que o prefeito disse não saber da situação em que o Dragão do Mar se encontrava.
Célio Paiva, proprietário do Buoni Amici’s, rebate a afirmação. Diz que os empresários já estiveram com o prefeito e apresentaram a realidade pela qual passam. Não havia nenhum representante da Prefeitura no encontro. Do Estado, apenas um coordenador da Secretaria do Turismo.
Em nota enviada ao O POVO, a Prefeitura informa que não foi convidada para o debate e que não possui projeto de transferência da feira. Ainda alega que fiscaliza a feira para garantir ordenamento e conformidade com acordo estabelecido com feirantes, que determina horários e locais de funcionamento.