O Governo pretende assumir obras de três túneis na Via Expressa, essenciais para o VLT Parangaba-Mucuripe "Isso não tem nada a ver com política. Tem a ver com administração, com resolubilidade e com preocupação com o povo do Ceará". Foi a leitura que o deputado Welington Landim (PSB) fez sobre a pretensão do governador Cid Gomes em assumir obras da Prefeitura de Fortaleza de três túneis na Via Expressa. Conforme o parlamentar, essas são intervenções importantes para preparar a cidade para a Copa das Confederações.A proposta em assumir obras de responsabilidade da administração municipal foi anunciada por Cid Gomes, na noite de quarta-feira, dia 30, durante entrevista coletiva na sede da Secretaria do Esporte do Ceará (Sesporte). O governador prometeu procurar os encarregados municipais e sugerir assumir obras de três túneis na Via Expressa. "A obra tem uma ligação direta com o VLT Parangaba-Mucuripe, que só se viabiliza se esses túneis estiverem prontos", destacou. Segundo Landim, se os três túneis não forem finalizados no prazo previsto, haverá um grande prejuízo de tempo para as outras obras que acontecerão em Fortaleza para a Copa das Confederações. Segundo o parlamentar, um exemplo é o Veículo leve sobre Trilho (VLT) que contará com oito estações para atender a 28 bairros. Atraso O parlamentar disse saber que o atraso na obra dos túneis na Via Expressa é a desistência da empresa Delta, responsável pela obra. A Delta é suspeita de envolvimento na organização criminosa do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Por isso, Landim fez um apelo "ao bom senso" dos administradores para não prolongar mais esse atraso. "Se essas obras atrasarem em um tempo mais do que o necessário, na Copa das Confederações o VLT não estará funcionado, portanto é prejuízo para 100 mil pessoas que necessitarão de mobilidade urbana", alertou. Ele disse ainda ser preciso "desafogar" o trânsito no bairro Aldeota. Ele propôs ao Governo do Estado um "projeto urgente" para a construção de um túnel nas mediações da Praça Portugal. "Isso é fundamental", alegou. O líder do governo, deputado Antônio Carlos (PT), informou que a Coordenadoria de Projetos Especiais da Prefeitura de Fortaleza, emitiu uma nota se comprometendo em analisar a proposta do governador, assim que ela for oficializada, e que tomará a melhor decisão. "Tenho certeza que se chegará a um bom termo", destacou. Para Ely Aguiar (PSDC), essa proposta do governador soa como se a Prefeitura não tivesse condições de fazer a obra, e, por isso, o Governo do Estado estaria pedindo para ser o responsável por não acreditar na competência da gestão municipal. "Desgasta ainda mais a imagem da Prefeitura e da prefeita que já esta desgastada", opinou. Antônio Carlos rebateu o entendimento de Ely Aguiar, que, ao seu ver, quer "politizar" o assunto. Segundo o petista, a Prefeitura não teve culpa sobre o atraso na obra, pois foi a Delta que desistiu do projeto. "Aí o Governo se prontifica a colaborar e não sei como isso pode ser visto como algo negativo", disse. Seca O deputado Welington Landim falou ainda sobre o problema da seca no Ceará. Segundo o parlamentar, o Governo do Estado decretou estado de emergência em 168 dos 184 municípios cearenses, porém o Ministério da Integração reconheceu os dados oficiais de emergência em apenas 40 cidades. Isso influencia diretamente nas medidas do Governo Federal para amenizar os problemas trazidos pela estiagem. Landim deu o exemplo da distribuição de grãos, feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que, segundo ele, é insuficiente para atender o Nordeste. "Na verdade, precisamos da bancada federal, pois o governador está preocupado com isso. Que chegue uma maior quantidade de milho. O pobre está passando fome e um dos produtos mais caros é o feijão", ressaltou. Conforme Landim, a Federação da Agricultura do Ceará (Faec) disse que as 200 mil toneladas de milho destinadas ao Nordeste não devem ser suficientes para atender às necessidades da região, uma vez que somente o Ceará consumiu 100 mil toneladas de milho em 2011. Landim informa que o governador trabalha na redução do preço da saca de milho de R$ 18,10 a pequenos produtores.