Nova reunião será realizada hoje, às 12h, na Assembleia Legislativa, para negociar os dias parados Após 22 dias de paralisação, a greve dos trabalhadores da construção civil parece chegar a um desfecho. Na manhã de ontem, em reunião realizada na Assembleia Legislativa, entre representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (STICCRMF) e Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon), houve avanços nas negociações. No encontro, intermediado por parlamentares, através de convocação do presidente da Casa, Roberto Cláudio, ficou acordado um reajuste salarial de 8%, aumento do piso do servente para R$ 639,00 (em torno de 10%) e cesta básica de R$ 50,00. Nova reunião será realizada hoje, às 12h, para negociar os dias parados. Os dois sindicatos deverão apresentar propostas e a expectativa é que seja declarado, ainda hoje, o término da greve. Os trabalhadores defendem que as faltas sejam negociadas entre cada empresa e o trabalhador. Já o sindicato patronal ainda irá apresentar uma proposta. "A construção civil é relevante para a economia e a greve vem tendo grande impacto. Como parlamento, estamos aqui para ouvir, sempre respeitando o bom diálogo", destaca Cláudio. O encontro de hoje será o terceiro intermediado pelos deputados. Antes disso, outras 12 rodadas de negociação foram realizadas. Em nota, o sindicato dos trabalhadores deixa claro que, as demais cláusulas previstas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2011 e o que havia sido acordado em reunião no Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região continua mantido. O sindicato dos trabalhadores afirma que conquistou avanços significativos durante a negociação de ontem. Contudo, avisa que a categoria segue em greve até que a Convenção Coletiva de Trabalho 2012 seja assinada. Ontem, trabalhadores da construção civil saíram da Praça Portugal, na Aldeota, onde estavam concentrados, e seguiram pela Avenida Desembargador Moreira, onde realizaram ato em frente à Assembleia Legislativa. A via foi interditada por mais de duas horas, gerando grandes congestionamentos e transtornos aos motoristas, que tiveram de desviar o caminho para seguir o trajeto. Do lado de fora da Assembleia, com parte da avenida bloqueada, alguns manifestantes protestavam, enquanto outros jogavam futebol. Policiais do Batalhão de Choque (BPChoque) e agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) estiveram no local. Balanço Essa é a segunda maior greve da categoria, só perde para a de 2003, quando os trabalhadores paralisaram as atividades por 23 dias. O Sinduscon informa que, até o momento, 121 Boletins de Ocorrência foram registrados, relatando invasão de propriedade privada, depredação do patrimônio das empresas, agressão física a operários, engenheiros e construtores. Em 19 dias de greve, o sindicato patronal estima prejuízo de R$ 1 milhão causado por depredação nas obras. LUANA LIMAREPÓRTER