A saúde pública, como a segurança, constantemente direciona os discursos na tribuna da Assembleia Legislativa. Durante a sessão de ontem, o deputado Agenor Neto (PMDB), como fez por outras vezes, em 2015, e também neste ano, criticou o investimento do Estado na saúde da população cearense, especialmente da Região Centro Sul.   Segundo o parlamentar, embora tenha havido crescimento de 6% na arrecadação do Estado, o que representaria algo em torno de 200 milhões de reais, teria havido corte na casa dos 50 milhões de reais no repasse para a saúde. "Infelizmente o Governo cortou recursos e o resultado foi o que presenciamos, a falta de insumos básicos como luvas nos hospitais cearenses", analisou. "Hoje a situação não é diferente e há casos de pacientes internados em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Fortaleza, com ventilação mecânica, o que somente é permitido em UTIs", reclamou.   Agenor disse ainda que a situação no Interior seria muito pior. "Trouxe várias vezes para discussão na Assembleia as condições precárias do Hospital Regional do Centro Sul e nada foi feito, se não fosse a ação do prefeito de Iguatu que assumiu a responsabilidade, seria bem pior".   As críticas foram desferidas também ao Governo Federal que, de acordo com o parlamentar, não tem cumprido a sua responsabilidade. Ele contou que há 13 anos é repassado o mesmo valor para o Hospital Regional de Iguatu, para atender a dez municípios.   Em defesa do Governo do Estado, o deputado Leonardo Pinheiro destacou os investimentos feitos na área da saúde. "Mesmo com todos os recursos disponibilizados, a saúde sempre será a maior causa de reclamação em qualquer pesquisa que se faça no País", disse ele.   Regionais   "Desconheço qualquer forma de trazer melhoria na qualidade da saúde, que não seja pela descentralização", afirmou, defendendo a construção de hospitais no Interior. "Quantas pessoas morriam a caminho de Fortaleza quando sofriam algum acidente em municípios distantes? Hoje essas pessoas são atendidas nos hospitais regionais como os do Cariri e Sobral".   Leonardo relatou que, embora com dificuldade, as policlínicas atenderam juntas, em 2015, mais de um milhão de cearenses. "São pessoas com acesso a especialistas. O que antes não se via. Isso só foi possível porque tanto o Cid Gomes como o governador Camilo Santana não ficaram esperando que o Governo Federal repassasse recursos diante da crise econômica". De acordo com Pinheiro, o governo investe quatro vezes mais do que se investia até 2006.   Sobre a reclamação de Agenor quanto a existência de pacientes dependendo de respiração mecânica em unidades de pronto atendimento de Fortaleza, ele disse entender que não seria o local adequado, mas diante das dificuldades, esse tem sido um procedimento que salva vidas. "Diria que as UPAs têm equipamentos e medicações na mesma medida que têm as UTIs".   E em relação aos recursos encaminhados para o Hospital de Iguatu, o deputado afirmou que se refere ao teto. "Nenhum outro hospital polo recebe mais que o de Iguatu. E, destaque-se, que rigorosamente o valor é repassado em dia", assegurou o parlamentar que também é medico e integra a base aliada do Governo no Legislativo.