Depois do Partido da Mulher Brasileira, Partido Novo e Rede Sustentabilidade obterem registros definitivos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último mês de setembro, pode ser criado agora o Partido Militar Brasileiro, que, em seu estatuto, se apresenta com o compromisso de resgatar a ética, a moral e a honestidade na política nacional, "valores cultuados pela classe militar".
No Ceará, o responsável pela coleta de assinaturas para a oficialização do partido é o deputado federal Cabo Sabino, que quer permanecer "por enquanto" no PR. Segundo ele, já passam de sete mil as assinaturas de apoio no Estado. "Não posso dizer nesse momento se migrarei, mas no início de dezembro tivemos um problema com o PR quando lutávamos para derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff, excluindo militares do programa Minha Casa Minha Vida. O partido votou contra nossa posição e apoiou o veto", relata.
O parlamentar ratifica que a ideologia do PMB é pautada no fortalecimento da democracia e dos direitos humanos. "O compromisso é com a promoção de uma política de segurança pública séria e eficaz, que garanta a integração entre Estado e sociedade, propiciando o ambiente necessário à efetivação dos direitos fundamentais dos cidadãos".
Representante da categoria militar na Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado Capitão Wagner diz estar "muito bem" no PR e torcer para que o PMB não seja mais uma "legenda de aluguel". "Acho legítimo que a categoria venha buscando crescer politicamente. O grande desafio de um partido como esse é aliar interesses da categoria com os da sociedade, porque um não pode, de maneira alguma, sobrepor ao outro".
Ficha Limpa
De acordo com seu idealizador, o deputado federal José Augusto Rosa (PR-SP), embora carregue a palavra "militar" em seu nome, o partido está aberto a civis, desde que tenham "ficha limpa". Capitão Augusto, oficial da reserva da Polícia Militar de São Paulo, é conhecido por comparecer às sessões da Câmara fardado, exibindo medalhas de condecorações. "Para nós, o que importa é que as pessoas interessadas em se filiar futuramente sejam patriotas e valorizem a ordem e disciplina", declara.
Sob o argumento de defesa da segurança, o criador assegura que a sigla terá como bandeiras mudanças "profundas" no Código Penal, Código Processual Penal, Leis de Execuções Penais, Lei do Desarmamento e no Estatuto da Criança e Adolescente. "Vamos propor alterações que nenhum outro partido teve coragem ou vontade de fazer", diz. "Somos de direita, ainda que hoje seja complexo distinguir o que seria de direita e esquerda".