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“Não votei na Dilma, e não me arrependo” - QR Code Friendly
Segunda, 14 Setembro 2015 05:27

“Não votei na Dilma, e não me arrependo”

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  Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado, o deputado Audic Mota (PMDB) fala sobre o desafio de, aos 32 anos, ter seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa do Ceará, com a condição de ser oposição e líder do PMDB na Casa. O parlamentar falou sobre as limitações de legislar, avaliou o cenário político local, estadual e nacional. Apesar de tecer críticas ao Governo do Estado, reconheceu pontos positivos sobre a performance do atual governador Camilo Santana, além da atuação do PMDB nas eleições municipais de 2016 e, finalmente, sobre a reforma política, onde pontua ser “boa” para a mudança na política do País. Deputado, o senhor está entre um dos deputados mais jovem da Assembleia Legislativa, aos 32 anos, em seu primeiro mandato. Como considera a sua estreia na Assembleia? A missão na Assembleia Legislativa é uma missão nova, diferente. Já tive a oportunidade de ser vereador, por duas vezes, em Tauá. Tive a oportunidade de representar os vereadores ao ser presidente da União dos Vereadores do Ceará (UVC), mas a atuação como deputado estadual é uma dinâmica diferente. A Assembleia com seu poder legislativo, como maior casa do Estado, tem uma atividade diária, dinâmica de comunicação, funcionamento diferenciado. Temos varias comissões que permitem que eu participe de maneira ativa, debata. A Casa tem uma estrutura de mídia para fazer sua voz ecoar, temos plenário todo dia, podemos debater assuntos importantes. Nesse caso, tenho uma responsabilidade maior, pois estou líder do PMDB na Casa. Ainda gera uma demanda de tempo maior, pois tenho que acompanhar todos os projetos em tramitação na Assembleia Legislativa, para, obviamente, fazer um bom debate, uma boa crítica, aperfeiçoar, estabelecer links entre Governo e oposição, para negociar melhorias para o projeto. Então, é um desafio na minha curta vida política, que eu já pensava e sonhava assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa. Você vem criticando as limitações no Legislativo quanto à questão de atuar. Qual então é a dificuldade que os pares mais enfrentam na Casa? Venho tecendo críticas ao Legislativo, quanto à sua capacidade de legislar. Nós não podemos ser deputados brincado de legislar ou fazer de cada gabinete um mero local de encontro de políticos. Eu sempre fui contra e defendi que os deputados possam atuar de maneira mais ativa. Umas das grandes críticas e dificuldades que encontramos. É a limitação constitucional do deputado estadual. Temos que procurar brechas na competência de legislar, não podemos legislar sobre tudo. Até adotei uma postura no meu gabinete, praticamente extinguindo o projetos de indicação, que acho que é um faz de conta. Até no primeiro momento, parece que você está dando uma resposta à sociedade, mas é um projeto sem consequência maior, que apenas serve para inchar as gavetas das secretarias do Governo. Tenho procurado ver os espaços na hora de oferecer projetos, como fiz na região do Inhamuns, com dois projetos direcionados, que era uma demanda histórica, que diz respeito ao reconhecimento legal da importância do carneiro e do caprino na região dos Inhamuns. Mas é um projeto que mostrou a importância e deu reconhecimento da qualidade da produção desses principais itens da economia daquela região, mas permite que se agregue valor a economia local, que sirva de estímulo e norte para que o Governo tenha uma visão cada vez maior nas questões regionais. Qual o seu panorama político com relação ao Governo Estadual? O cenário estadual não podemos avaliar sem olhar para o nacional. Eu acho que o País foi jogado a uma situação de desespero. Estamos em uma situação de descredibilidade Governo, que, quando fala a verdade, parece que está mentindo. Um governo que faz de manhã e desfaz à tarde. Que não dá perspectiva, confiança, esperança para ninguém, nem à classe política, nem ao judiciário, nem à população, nem aos seguimentos sociais, nem à imprensa. Ninguém tem segurança e o que nós estamos vendo é que, diariamente, pautas tristes de dificuldades, que jogam o País em situações e a consequências penosas. Na política estadual, o que eu vejo é que as eleições de 2014, foram um novo divisor de águas na política do Estado. Há muito tempo, não tínhamos uma eleição tão polarizada, com grupos políticos tentando se posicionar de maneira clara e combativa, de polos opostos. A maior prova disso é a Assembleia ter sido renovada em 50%, ter crescido o comando da oposição. E esse resultado que, claramente, não deixou e não está deixando que a política pare, a política de polarização de situação e oposição tem fomentado os trabalhos na Casa, as manifestações políticas. A cobrança tem sido boa e saudável em função disso, inclusive, com o surgimento de novas tendências de questionamentos de oposição e vejo que isso vai se desenhar, nos próximos anos, nas eleições para as prefeituras, e em Fortaleza, especialmente. Pontualmente, como visualiza a atuação no novo governador Camilo Santana? Apesar de ser oposição, o que pondera de positivo? Vejo que o Governo ainda não conseguiu se mexer, ainda não conseguiu dar respostas efetivas, mas teve algumas ações pontuais que devem ser registradas e elogiadas, como as tratativas com a Polícia e os professores, assim como a abertura de um diálogo com Assembleia, em função dessa nova realidade da Casa, tornando isso um diferencial. A pauta da segurança, em que o governador prometeu comandar no próprio gabinete, não tem mostrado resultados palpáveis. Estamos convivendo com o retorno diário de assaltos a bancos, crimes patrimoniais aumentam consideravelmente. É o que tenho dito, com relação de o Governo se dedicar nos três “S” (Segurança, Saúde e Seca), o Estado tem que se concentrar. Na saúde vejo ainda uma grave diferença de concentração de recursos entre as regiões Norte e a Região do Centro-Sul. Na região do Inhamuns é um abismo, chega a ser cinco vezes mais o que o Estado gasta na região Norte, do que nas outras regiões do Ceará. Isso mostra que não está correto. E as críticas quanto ao PMDB a nível nacional estar indo na contramão do Governo, no qual, ele tem a Vice-presidência? O PMDB é o maior partido do Brasil, partido de maior estrutura e vive diversas realidades estaduais. Em minha opinião, o Governo Federal é um desastre. Eu, claramente não votei na Dilma e fiz campanha para o Aécio e não me arrependo, porque já acreditava naquele momento, que o Governo não daria ao País a estabilidade que nós pensávamos. O PMDB tem dado na minha ótica, o caminho para que a presidente Dilma recupere o País. Quem defende que o PMDB já tivesse desembarcado do Governo Federal, tem de ver que se isso se tivesse ocorrido há seis meses, por exemplos, a estruturação política já seria outra, porque o PMDB além de ser o maior partido do Brasil, tem base no Congresso Nacional. O impeachment de uma presidente que é, na verdade, o que todo mundo deposita no PMDB essa esperança, não pode ser feita de maneira assuntada. A tomada de qualquer cargo deve ter sensatez, seguir alguns critérios. Mas o que vemos, hoje, é a Presidente sem ter condições de exercer o cargo de presidente, e o PMDB tem dado chances reiteradas, mas tem mostrado que tem limites. O vice-presidente Michel Temer tem mostrado, claramente, que não vai fazer tudo que o Governo quer. Não vamos aumentar impostos, não vamos pagar por erros do partido da Presidente. O PMDB tem adotado acima de tudo, uma postura crítica e, muitas vezes, ao fazer todo esse papel, é mal interpretado, mas é um dos únicos partidos que todos os setores buscam na hora de uma adversidade. E com relação ao cenário estadual e local, como o PMDB está se organizando para enfrentar as eleições de 2016? Essa questão do PMDB local, a eleição será um pleito para diversos e bons candidatos. Pelo nosso grêmio, temos o Vitor Valim, que se apresenta como pré-candidato. Temos nos bastidores partidos fazendo vários convites para a reorganização dos quadros. O PSBD querendo protagonizar, o PMDB certo que vai protagonizar, o Prefeito [Roberto Cláudio] mudando de partido para o PDT. É uma movimentação muito tensa, ansiosa. Mas esse ano tem um complicador, pois estamos vivendo uma possibilidade de as eleições ocorrerem com a reforma. Eu creio que Fortaleza terá uma das eleições mais disputadas. Como baliza o que já foi aprovado e o que ainda está em discussão sobre a reforma política? Possivelmente será a primeira eleição que se testa a reforma. A reforma desse ano, ela não está sendo votada e discutida de maneira pontuada, basta ver que a Câmara e o Senado aprovaram dois projetos: Uma Proposta de Emenda à Constituição e um Projeto de Lei em que todos os temas estão sendo discutido. Desde doação de campanha, tempo de eleição, que vai ser diferente, se reduzir para 45 dias. Temos aí a questão das coligações proporcionais que vai obrigar movimentação partidária e que vai dar um fortalecimento de partidos muito grandes, além de a coligação passar ser, na prática, para contagem de tempo de televisão e rádio. Vai obrigar, ainda, que os partidos tenham vários candidatos, senão, não vão eleger representantes, tendo em vista que o quociente vai ser contado dentro do partido; foi criado um perfil de 10% por cada candidato, para ver a possibilidade se pode ser eleito, para acabar com os tiriricas da vida. Essa reforma muda muito o jogo. Creio eu que o Senado acertou que as doações de campanha sejam apenas de pessoa física, evita a relação entre políticos e empresas, a Lava Jato convivendo diariamente conosco. Ao meu entender, no final das contas, está sedo uma boa reforma política, que vai mudar as eleições. Glossário Inhamuns: A microrregião do Sertão de Inhamuns é uma das microrregiões do Estado do Ceará pertencente à mesorregião Sertões Cearenses. Sua população foi estimada, em 2005, pelo IBGE em 144.364 habitantes e está dividida em seis municípios. Possui uma área total de 11.692,761 km². Projeto de Indicação: É o instrumento legislativo aprovado pelo plenário ou pela Mesa Diretora, cuja finalidade é a de sugerir que outro órgão tome as providências que lhe sejam próprias. Rochana Lyvianda Redação
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