Os dois empresários que originaram a briga dos consignados vieram ao Diário do Nordeste para dar suas versões
O deputado Heitor Férrer (PDT) vai encaminhar a matéria publicada ontem, no Diário do Nordeste: “Empréstimos consignados. Empresário dá uma outra versão”, ao Ministério Público (MP), que vem investigando o caso dos empréstimos consignados no Estado do Ceará. Para Férrer, o diretor presidente da empresa Bom Crédito Locação de Veículos Ltda, Augusto Borges Júnior, confirma tudo o que o pedetista já vinha afirmando na tribuna da Assembleia.
“Ele confirma que há tráfico de influência e enriquecimento fácil às custas do servidor”, conclui o parlamentar. Férrer analisa que de acordo com o que foi posto pelo empresário da Bom Crédito, quem impõem os juros cobrado pelo banco ao servidor é a Promus, a partir do momento que ela exige 19% em cima do percentual que é cobrado, deixando no prejuízo o servidor público. Ele vai tratar do assunto hoje, no plenário da Assembleia.
O deputado Roberto Mesquita (PV) considerou as declarações do diretor presidente da empresa Bom Crédito um “cheque-mate” no assunto dos créditos consignados. Assim como Heitor, Roberto Mesquita acredita que o empresário Augusto Borges confirma o que a oposição já falou por reiteradas vezes na tribuna da Assembleia, de que há uma exclusividade entre a Promus e o banco Bradesco na concessão dos empréstimos.
Contesta
Roberto Mesquita aponta que Augusto Borges também contesta o diretor superintende da Administradora Brasileira de Cartões S/A e um dos sócios da Promus - Produtora de Crédito e Cobranças Extrajudiciais Ltda - Bruno Barbosa Borges.
Outro detalhe que chamou a atenção do parlamentar foi a afirmação de Bruno Borges, ao dizer que foi uma surpresa a ABC ter recebido ofício da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) com o pedido de informações e, logo depois, receber outro ofício do secretário Eduardo Diogo, estabelecendo prazo de 90 dias para o fim do contrato.
Roberto Mesquita lembra que o secretário chegou a afirmar que essa questão dos consignados já vinha sendo investigado pelo Governo. Mas para o parlamentar, após essa afirmação do diretor da ABC, está claro que o Governo não vinha apurando a questão, pois se assim tivesse agido, a ABC não teria ficado surpresa ao receber um pedido de informações vindo da Seplag.
Para o líder do bloco PT-PSB na Assembleia, deputado Welington Landim (PSB), palavras não resolvem nem esclarecem nada, alegando ser necessário documentação para comprovar o que o presidente da empresa Bom Crédito afirmou.Segundo Landim, o cerne da questão está em cima dos juros cobrados aos servidores. Para ele, o que existe no momento, é uma disputa política em cima dos empréstimos consignados, por isso, pontua, o deputado Heitor Férrer não consegue o número de assinaturas necessárias para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).