Cerca de 70 taxistas se reuniram no fim da tarde de ontem e percorreram diversas vias de Fortaleza em protesto contra o grande número de veículos clandestinos, os altos índices de violência e o reajuste no preço da bandeira. A partir das 16h, os motoristas seguiram em buzinaço e fizeram paradas na Av. Beira-Mar, na Praça Portugal, na Assembleia Legislativa e no Aeroporto Internacional Pinto Martins, que teve a entrada bloqueada por, pelo menos, 40 minutos.
O movimento era independente do Sindicato dos Taxistas do Ceará (Sinditaxi). Hoje, entretanto, deve acontecer uma reunião entre o presidente do Sinditaxi, Vicente de Paula Oliveira, e o prefeito Roberto Cláudio, para discutir planos em repreensão aos motoristas piratas.
Os manifestantes colocam que é necessário uma fiscalização eficiente em relação aos táxis piratas, que segundo eles, existem em número cada vez maior, com pouca ação da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor). "Eles pegam um carro branco, colocam uma faixa parecida com as dos táxis autorizados e saem rodando na cidade, o que é um perigo para os clientes. E todos os clandestinos têm telefone e endereço fáceis de conseguir. Até aplicativo para táxi pirata já existe. A Etufor só não pega porque não quer", denuncia o taxista Messias de Lima.
Reclamam ainda sobre o reajuste que deveria ter sido implantado desde o dia 15 de janeiro, mas que aguarda a autorização por parte da Prefeitura de Fortaleza. O grupo informou que enquanto não houver uma resposta satisfatória sobre as reivindicações por parte da Prefeitura, eles continuarão protestando, nas próximas segundas-feiras.
O presidente do Sinditaxi, Vicente de Paula Oliveira, reiterou que o grupo manifestante agiu sem o apoio do sindicato, que não teria sido informado sobre a ação de ontem. Ele explicou ainda que, no último dia 2, houve uma assembleia com a categoria, na qual um protesto foi marcado para o dia 24 de fevereiro, com o objetivo de alertar à população sobre os perigos de usar os táxis clandestinos. "Se os taxistas concordarem com a iniciativa da Prefeitura para acabar com o táxi pirata, não iremos mais realizar o protesto do dia 24. O que buscamos aqui é uma solução para esse problema", disse o presidente do Sinditaxi.
Combate
Sobre o combate aos táxis clandestinos, a Etufor respondeu que conta com uma equipe de fiscalização volante 24 horas por dia. A Divisão de Fiscalização efetuou uma média de 80 apreensões por mês em 2013 e 2014. Em fevereiro de 2015, foram realizadas 64 apreensões de veículos, 18 retenções e 134 reprovações dos itens necessário.
Informam ainda que não é possível estimar a quantidade de táxis clandestinos em Fortaleza atualmente, mas os bairros com maior incidência de flagrantes são José Walter, Messejana, Conjunto Ceará, Cidade dos Funcionários, Bela Vista e Panamericano. O órgão acrescenta que só é possível constatar a existência de veículos irregulares após a abordagem mediante denúncias ou investigação.