Deputado Heitor Férrer (PDT)
Foto: Máximo Moura
O deputado Heitor Férrer (PDT) disse, no tempo de liderança da sessão plenária desta quarta-feira (26/03), que vai buscar informações sobre o Curso de Prevenção ao Distúrbio Civil, que, segundo ele, o Governo trouxe de Los Angeles, nos Estados Unidos, para ser ministrado aos policiais do Ceará, com o objetivo de treiná-los para a Copa. “Certamente, esse curso é para inglês ver”, comentou.
Ele criticou declarações feitas pelo secretário de Segurança do Estado, Servilho Paiva, que em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, afirmou que os turistas que visitarem Fortaleza durante a Copa não irão correr risco de serem vítimas da criminalidade, mesmo diante dos altos índices de violência. “O turista pode ficar tranquilo, se conduzir no circuito apropriado, e de forma apropriada”, disse Servilho Paiva à reportagem.
“Quer dizer que se o turista ficar na área estabelecida para ele, ficará bem. E nós que pagamos nossos impostos? E nós que temos as famílias destroçadas?”, questionou Heitor Férrer.
O pedetista também mencionou o caso do estudante de Direito, Mardônio Freire Júnior, 19 anos, morto durante assalto, semana passada, no bairro Henrique Jorge. “Nesse mesmo dia, aconteceram outras 41 mortes”, afirmou o parlamentar.
De acordo com Heitor, o aumento da violência no Ceará começou com a criação do Ronda do Quarteirão, que, na opinião do deputado, dividiu a polícia cearense. “O concurso é feito para o Ronda não é mais para a Polícia. E a Polícia Militar onde é que fica? Dividiu o Ronda da Polícia. Até a farda é diferente”, comentou, acrescentando que um soldado do Ronda chega a ganhar mais que um subtenente da PM.
“É inaceitável que se defenda o Governo dizendo que foi o Governo que mais investiu em segurança, tendo esses índices que estamos apresentando. Isso só justifica a incompetência”, afirmou.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) concordou com Heitor. “Esse apartheid deve ser a origem do ódio que a Polícia tem do governador Cid Gomes. Nós sabemos como é o sentimento da tropa. Ela se sente desprezada pelo governador. E tendo antipatia, não tem produção”, disse.
Heitor informou que também irá solicitar a OAB-CE, cópia do documento com propostas para o combate à violência no Estado. “Um dos itens dessa proposta, que considero importantíssimo, é a necessidade de combater as drogas e tratar o dependente químico e a sua inserção no mercado de trabalho. E quem tem que tratar dessas pessoas é o Estado. Porque, muitas vezes, ele se apresentou omisso, quando não deu escola, moradia, saúde para essas pessoas”, defendeu.
Outra observação feita por ele é que o combate à violência também passa pela investigação. “Pernambuco tem quase a mesma população do Ceará e tem mais de sete mil policiais civis. Aqui são 2.400. No Ceará, quem mata de manhã sabe que pode matar à tarde e à noite porque confia na impunidade. Ele sabe que não será identificado. E se não é identificado no primeiro crime, não será no segundo e nem no terceiro”, finalizou Heitor.
CP/LF