Não pegou nada bem no PT a informação de que o novo presidente municipal do partido, Elmano de Freitas, e o articulador Valdemir Catanho - braço direito da ex-prefeita Luizianne Lins - participaram de reunião com os principais opositores do governador Cid Gomes (Pros). Colegas de sigla condenam a atitude dos petistas e alegam que eles estão indo contra as determinações do partido, cuja ampla maioria é hoje aliada do governador.
O novo presidente estadual do PT, Diassis Diniz, classifica como “extremamente grave” a presença de Elmano e Catanho no encontro e diz que a questão deverá ser tratada quando o novo comando tomar posse, no dia 10 de dezembro. “O Elmano e o Catanho estão desautorizados a fazer isso, porque tivemos uma tese homologada durante a eleição interna”, afirma Diniz. A tese que saiu vitoriosa na eleição é da manutenção do atual arco de alianças, com vistas a fortalecer o palanque regional para a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
Críticas de deputados
Entre os parlamentares petistas, o discurso também foi de duras críticas a Elmano e Catanho. “Lógico que é errado. As pessoas precisam respeitar as decisões partidárias, se não, pra que adianta partido?”, questiona Artur Bruno. Ele chamou a articulação de “samba do crioulo doido” e criticou a presença de petistas no grupo. Até Antônio Carlos, que também é ligado a Luizianne, fez ressalvas à conduta. Mesmo dizendo que conversas como essas são normais, afirmou que, se fosse chamado para uma dessas reuniões, não compareceria caso o PSDB também estivesse presente. Catanho preferiu não comentar as críticas e disse que isso deve ser tratado internamente. As ligações para o celular de Elmano, na tarde de ontem, não foram atendidas.
Saiba mais
Os governistas minimizaram a movimentação dos opositores e disseram que é natural que a oposição saia na frente para definir candidaturas.
“Mas temos nomes melhores que qualquer nome que eles indicarem”, afirma o vice-líder do Governo, Júlio César Filho (PTN).