Continua a polêmica “gastronômica” em torno da contratação do serviço de buffet no valor de R$ 3,4 milhões pelo Governo do Estado. O assunto foi discutido novamente, ontem, na Assembleia Legislativa, após apresentação de novos documentos e números gastos do governo com o serviço.
O debate foi iniciado pelo deputado Heitor Férrer (PDT). Segundo ele, somente, na inauguração do Centro de Eventos do Ceará (CEC), o Governo do Estado gastou cerca de R$ 600 mil, pagos em duas parcelas, uma de R$ 245 mil e outra de R$ 348 mil, conforme informações divulgadas no Diário Oficial. Ele, por sua vez, relatou outros empenhos referentes a serviços prestados num único dia. “Sem dúvida, o Palácio da Abolição é o maior restaurante do Ceará. Com certeza, o governador, com dinheiro do seu bolso, não faria essa brincadeira”, disse o parlamentar, acrescentando que “falta sensibilidade ao governador, quando ele banca tamanha farra com dinheiro público, enquanto alguns sofrem com a falta d’água no interior”. Em requerimento apresentado, o pedetista solicita informações sobre a prestação de conta das despesas, como local, motivação e o pagamento de cada evento contratado pelo Governo.
Heitor Férrer, ainda, lamentou a postura do governador Cid Gomes, que, ao comentar a denúncia, o chamou de “demagogo”. “Palavras grosseiras não me inibem. Vou continuar feio, mais não sou desonesto”. Ele também lamentou as declarações do ex-ministro Ciro Gomes (PSB), irmão do governador Cid Gomes.
DEFESA
José Sarto (PSB), líder do Governo, na Casa, rebateu as declarações. De acordo com ele, os cálculos apresentados pelo pedetista “não são verdadeiros”. Sarto acrescentou que o valor correspondente ao valor total da contratação do serviço foi aditivado por cinco vezes. Além disso, não serve somente o gabinete do governador Cid Gomes, mas todos os eventos realizados pelo staff do governo estadual – engloba aí secretarias, coordenadorias e outras.
O líder do Governo argumentou, ainda, não existir qualquer “cisco” de irregularidades nas denúncias apresentadas, pois todo processo atende o que estabelece a Lei das Licitações. Para ele, trata-se apenas de uma discussão moral. Sarto desafiou os parlamentares a fazer uma pesquisa no Portal da Transparência das administrações estaduais do País, pois, conforme ele, existem gastos maiores com este tipo de serviço, além da falta de transparência com as informações destes governos.