Desperdício inexplicável
Durante a primeira reunião do ano, do Agropacto, na sala da Comissão de Agropecuária da Assembleia Legislativa, quando foi abordada a situação de penúria dos agropecuaristas do Ceará, sem alimentos e sem água para os seus rebanhos, o presidente da Faec, Flávio Viriato de Saboya, depois de afirmar que “o povo do Ceará vive um quadro dantesco gerado pela seca”, foi além, e disse que, por maiores que sejam os esforços do titular da SDA, Nélsom Martins, “estamos vivendo o Movimento dos Sem-Água”. Tal situação, segundo ele, tem jeito, desde que possamos aproveitar os recursos de que ainda dispomos. Segundo Saboya, os Perímetros Irrigados do Dnocs dispõem, no Estado do Ceará, de 15 mil hectares de terras, com toda uma infraestrutura de água em grande quantidade, energia elétrica e estradas, com o que se poderia tornar menos dolorosas as perdas dos agropecuaristas do Ceará. Mas o que mais causa pasmo, num momento dramático como o que vivemos e presenciamos, é que toda essa estrutura encontra-se improdutiva, o que não dá para entender. Diante disso, o engenheiro Flávio Saboya conseguiu para hoje, na sede do Dnocs, uma reunião extra do Agropacto, no sentido de que seja proposto ao Governo do Estado a formação de uma Parceria Público Privada para socorrer o nosso rebanho e o nosso povo, através do aproveitamento dessa estrutura não aproveitada. Se o Ministério da Integração Nacional concordar, e a bancada federal se empenhar, poderá ser o fim desse inexplicável desperdício.