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Quinta, 16 Julho 2015 04:28

Para deputados do CE, Lava-Jato é educativa

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O tucano Carlos Matos acredita que a corrupção está sendo passada a limpo no Brasil, destacando que as denúncias não podem ser desprezadas O tucano Carlos Matos acredita que a corrupção está sendo passada a limpo no Brasil, destacando que as denúncias não podem ser desprezadas FOTO: JL ROSA
  Um dia após as ações da Polícia Federal (PF) em residências oficiais de políticos brasileiros, com apreensão de veículos de luxo do senador e ex-presidente da República Fernando Collor de Melo, deputados cearenses enalteceram o trabalho conjunto da Polícia e do Ministério Público. Entretanto, mostraram cautela, ressaltando que há a necessidade de não generalizar a classe política como corrupta, uma vez que apenas alguns estão sendo investigados sobre possível envolvimento de irregularidades. Na última terça-feira, foram cumpridos 53 mandados de busca e apreensão na Operação Politeia, realizada em seis estados, com revistas em imóveis e o resgate de veículos de luxo nas residências de Collor, em Brasília e Alagoas. Alguns dos políticos investigados se disseram humilhados e perseguidos. Para o deputado Heitor Férrer (PDT), Polícia Federal e Ministério Público não estão criando fatos. "O papel do Ministério Público é fazer as investigações, e esses políticos estão respondendo aos processos que chegam até o órgão. O que esperamos é que tudo isso seja pedagógico, porque antes era inimaginável a Polícia Federal fazer apreensão na casa de um vereador até, e hoje já chega na casa de senador, de ministros", declarou. O pedetista diz que parte dos políticos é "degenerada" ao acharem que esquemas a que estão habituados não são crimes. "Eles utilizam recursos públicos para fazer um maior número de eleitos pelo partido e acham que isso é comum, normal. Por isso acho que a Lava-Jato e o Mensalão devem ser pedagógicos", opina. Críticas A deputada Augusta Brito (PCdoB) destacou que, apesar de algumas críticas publicadas na imprensa direcionadas a determinados partidos, não há "cartas marcadas" no que diz respeito à investigação. Já Rachel Marques (PT) afirmou que não se devem tachar todos os membros de um partido de corruptos. A petista defende que não haja criminalização dos partidos e lembrou que o Governo Federal tentou ampliar o combate à corrupção por meio do fortalecimento das instituições de fiscalização. Para o tucano Carlos Matos, a corrupção no País está sendo passada a limpo. "Se isso não foi feito no passado e agora tem a oportunidade de ser feito, é algo de extrema importância. As denúncias não podem ser desprezadas, até porque foi através delas que ficamos sabendo da existência de um carro valendo dois milhões de dólares em Brasília", disse, referindo-se aos automóveis de Collor apreendidos. Tomaz Holanda (PPS) lembrou que o formato da Operação Lava Jato tem causado surpresa, já que o juiz Sérgio Moro, à frente das investigações, tem buscado ouvir, primeiramente, os envolvidos diretamente com as empresas, para depois, através da delação premiada, chegar a políticos. "A gente sente que ainda tem muito peixe grande precisando ser pego", ressalta, defendo investigação no BNDES. Bruno Gonçalves (PEN) ressaltou que, além de moralizar a política, a Lava Jato precisa prender políticos que tem trabalhado como "bandidos". "Como pode um senador do nível do Collor, que já foi presidente e sofreu impeachment por corrupção, ter em sua casa três carros com valores acima de R$ 5 milhões?", questionou o parlamentar.
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