Em clima de comemoração pela possibilidade da chegada do hub da TAM ao Ceará, o governador Camilo Santana (PT) destacou a importância do Acquario para o turismo do Estado. O petista disse ontem, no lançamento do Anuário Ceará 2015/2016, que a presença do equipamento foi vista com bons olhos pela empresa aérea. “Acho que todos deveriam se unir por esse empreendimento que vai mudar o perfil econômico e a história turística do Ceará”, pediu o governador. Diante das críticas e da tentativa de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia, o projeto tem sido alvo de investigações também pelo Ministério Público. O manifesto do governador pode ser visto como forma de acalmar os ânimos e tentar repetir a dose de união em torno de um equipamento, como ocorreu no “Todos pelo hub”. Ele informou que o processo de empréstimo segue para as etapas finais e deve chegar ao Senado Federal em breve. No entanto, o opositor político e senador Eunício Oliveira (PMDB) já havia dito que o empréstimo sequer chegará ao Congresso. Segundo o parlamentar, ter dado início às obras antes da aprovação do financiamento seria uma transgressão. Camilo rebate:“A partir da negociação dos termos do contrato, já se pode começar a obra, com uma contrapartida, por exemplo, e depois ser reembolsado. Isso legalmente é possível”, argumenta. OtimismoCalcado nos mesmos argumentos de seu antecessor, Cid Gomes (Pros), o atual governador justifica o investimento inicialmente calculado em US$ 150 milhões com base nos futuros benefícios que ele traria para o setor. Segundo ele, o Acquario vai atrair novos tipos de turistas, como cientistas, e deve contribuir para estender a permanência dos visitantes em Fortaleza. “Sou otimista e sempre trabalho nessa perspectiva”, afirma. O governo só tem até novembro deste ano para conseguir a aprovação do empréstimo no Senado. Um parecer técnico será enviado para apreciação na Casa. Em entrevista ao O POVO, em março, o líder do governo na Assembleia, deputado Evandro Leitão (PDT), afirmou que haveria um “plano B” caso o financiamento com a Eximbank (credora americana) não saísse. Embora o Estado passe por um período de ajuste fiscal e crise em setores como a saúde, o governador afirma que as obras do Acquario seguirão.“O debate que precisa ser feito agora não é se deve se fazer o Acquario, porque ele já está com a obra quase metade construída. O que temos de discutir é o modelo de gestão”, afirma. Camilo revela que estuda parcerias com a iniciativa privada para o empreendimento.