A saída do secretário de Saúde, Carlile Lavor, e a demora por parte do Governo do Estado em confirmar a entrega do cargo, gerou insatisfação nos deputados estaduais que intensificaram as críticas, ontem, na Assembleia Legislativa. Para o deputado João Jaime (DEM), a renúncia evidencia a falta de condições mínimas para saúde do Estado. “O governador Cid construir hospitais sem se preocupar com o funcionamento, o que trouxe problemas de custeio. Falta material básico para procedimentos simples. A folha de pagamento de terceiros está atrasada faz cinco meses. Por ver isso, ele renunciou”, disse, acrescentando que a saída de Carlile Lavor da Secretaria da Saúde irá gerar cobranças hoje, durante sessão plenária da AL. Conforme disse, gerou expectativa por conta do seu currículo na administração Tasso Jereissati (PSDB), mas, que, no governo atual, não lhe deu respaldo para gerir novamente a saúde. O deputado Danniel Oliveira (PMDB) também comentou o assunto ao dizer que a crise na saúde foi “assinada” com saída do secretário. “Não é um problema do governo federal, porque os repasses estão sendo feitos. Esse ano, já foi repassado R$ 344 milhões para a área. Os hospitais que foram construídos é somente para inglês ver. A fachada é a coisa mais bonita, mas dentro não tem médico. O Hospital de Sobral é o exemplo disso. Não funciona 30%. Tem que ter um avião para sair de Fortaleza e levar todo dia esses médicos”, acrescentou. Para ele, essa renúncia soa como se o secretário “não aguentou mais a falta de gerência” dos recursos da Pasta e pediu exoneração. “Desgasta ainda mais a imagem do Governo e da saúde, que já está desgastada”, salientou. Heitor Férrer (PDT) opinou que o gestor estava administrando o “caos” e não encontrou suporte para as soluções apontadas. Por isso, achou melhor não administrar mais. A equipe do jornal O Estado tentou contato com o líder do Governo na Assembleia Legislativa, mas, até o fechamento desta edição, não houve retorno. Bastidores A possível renúncia ficou ainda mais evidente ontem, quando o governador Camilo Santana recebeu o ministro Artur Chioro, da Saúde, no Palácio da Abolição. Em uma foto divulgada no perfil oficial do governador no Facebook, é possível notar a ausência de Carlile na comitiva que recebeu o ministro. Carlile chegou atrasado ao evento que discutia os meios de combate ao sarampo. Anunciado como secretário, Carlile chegou a sentar na cadeira reservada a ele, mas nada falou. Após a reunião, o secretário evitou os jornalistas. Camilo, porém, despistou ao ser questionado pela imprensa. Disse apenas não ter conhecimento da saída do gestor e que conversaria sobre o assunto posteriormente.