Os sete deputados estaduais da atual Legislatura que não disputaram eleição para nenhum cargo no ano passado tentarão manter espaços políticos e influenciar nas decisões partidárias de aliados eleitos. A maioria não deve se limitar às atividades profissionais particulares.
Eleitos em 2010, Augustinho Moreira (PV), Hermínio Resende (PROS), Idemar Citó (DEM), Rogério Aguiar (PSD), Vanderley Pedrosa (PTB), Neto Nunes (PMDB) e Nelson Martins (PT), por motivações diferentes, não tentaram reeleição. Pedrosa e Nunes apoiaram as candidaturas do filho e da esposa, respectivamente. Bruno Pedrosa (PSC) e Laís Nunes (PROS) se elegeram pela primeira vez com o apoio de seus líderes e parentes.
Idemar Citó desistiu da candidatura e apoiou Audic Mota (PMDB), eleito pela primeira vez. Augustinho Moreira investiu na reeleição de Tin Gomes, do PHS, e Rogério Aguiar na candidatura do amigo Manoel Duca (PROS). Parlamentar por 14 anos, Augustinho Moreira afirmou que aguarda o término do mandato, na próxima semana, para voltar à repartição pública, uma vez que é advogado da área ambiental na Secretaria Executiva Regional III (SER III).
O deputado afirmou que, mesmo fora das discussões políticas diretamente, vai esperar o chamado de correligionários para alguma função. "Vou ficar à disposição de amigos que acharem que tenho uma missão a cumprir", afirmou, ressaltando que continuará dando apoio à irmã, a vereadora Leda Moreira (PSL).
Outro que desistiu da candidatura foi Hermínio Resende, que não quis detalhar como trabalhará. Segundo informou, atuará de forma discreta "como cidadão brasileiro". "Peço a Deus para me manter com saúde e farei o que ele me propor", disse Resende, que atua como médico em Fortaleza e Maracanaú.
Candidato a prefeito
Um dos responsáveis pela vitória do filho nas eleições do ano passado, o deputado Vanderley Pedrosa afirmou ao Diário do Nordeste que vai continuar suas funções como advogado ligado à previdência e pretende se candidatar a prefeito de Nova Russas ou a vereador de Fortaleza.
O democrata Idemar Citó disse que vai voltar a trabalhar nas suas empresas de ônibus e justificou que não concorreu à reeleição, pois achava que não era o momento de disputar novo mandato. Ele ressaltou que vai continuar fazendo política, principalmente na região do Inhamuns, onde é adversário político do ex-vice-governador Domingos Filho. Para 2016, o parlamentar pretende ajudar a formar o nome que irá disputar a Prefeitura de Tauá, em uma chapa oposicionista, podendo, inclusive, ser ele o candidato a prefeito. "Vai depender das conversas", alega.
Neto Nunes deve manter-se ativo nas discussões políticas de sua região e trabalhar, de forma indireta, no mandato da esposa, deputada Laís Nunes. "Só sei fazer isso. Faço isso por convicção e porque gosto", disse, afirmando que não disputou o pleito porque o PMDB não quis dar legenda para quem não apoiasse a candidatura de Eunício Oliveira.
Ele informou que, embora Laís Nunes tenha algo a mostrar nos primeiros anos de mandato, vai ajudar a cônjuge e dedicar parte de seu tempo para acompanhá-la no mandato. "Ela é mãe, é mulher e, para fazer o trabalho, vai ter que visitar muito o Interior. Ela precisa da minha companhia e apoio", ressaltou.
Outra parte de seu tempo, aponta Neto Nunes, será dedicada ao Município do Icó, onde quer construir um nome para a disputa no próximo ano. Mesmo tendo sua gestão no Município questionada pelo Ministério Público, ele afirmou que estará à disposição para o pleito de 2016.
Rogério Aguiar garante que volta a trabalhar nas suas empresas. Em 2014, tirou licença de quatro meses para cuidar do negócio, do ramo de móveis. O deputado licenciado Nelson Martins não se candidatou devido ao alto custo das eleições, mas foi contemplado com a nomeação de controlador e ouvidor geral do Estado nesta gestão.