A oposição ficou mais uma vez frustrada por não poder ter esclarecimentos sobre a compra de aeronaves A base governista na Assembleia Legislativa rejeitou os quatro requerimentos do deputado Heitor Férrer (PDT) que solicitava informações sobre os contratos do Governo para aquisição de helicópteros sem o processo licitatório. A liderança do Governo afirmou que todas as dúvidas sobre os trâmites relacionados ao tema foram tiradas na tribuna da Casa, criticando a atitude do pedetista que, segundo disseram, apresenta matérias apenas com o intuito de aparecer. Augustinho Moreira (PV) ressaltou o fato de o pedetista ter dito que já havia encaminhado pedidos ao Ministério Público, como prova de não ter interesse em receber o material através da Assembleia. O pedetista solicitou votação nominal e somente cinco parlamentares o acompanharam. Os outros 27, participantes da sessão, votaram contra o pedido de informações. Heitor Férrer pedia cópia do processo licitatório, os modelos dos helicópteros, custos das aeronaves e a modalidade de pagamento. "Queremos saber como o Governo vai gastar os 78 milhões de reais. Nós não somos contra a aquisição de helicópteros. Nós somos contra e ficamos perplexos com o modus operandi com a aquisição e o desvio de finalidade. Queremos saber como ele na prática utilizou-se da nossa aprovação", disse. Surpresos Ele pediu ainda o plano de voo das aeronaves para saber quais foram as localidades utilizadas pelas aeronaves, o objetivo desses voos e quem se utilizou deles. "São perguntas simples na busca de elucidar esses questionamentos. A negativa só compromete o Governo, porque no momento em que não se aprova pedidos simples como esse, tudo fica no mínimo nebuloso". O deputado Roberto Mesquita (PV) disse que poucos parlamentares sabiam que o investimento seria feito em helicópteros, visto que quando da aprovação da matéria se discutia apenas o avanço da educação e tecnologia. "Ficamos todos surpresos quando vimos que a utilização desses recursos é que servirão muito bem à saúde e educação. No entanto há desvio de finalidade para o transporte de autoridades, por isso é importante termos uma copia dos planos de voo", ressaltou. Ele lembrou que três helicópteros foram comprados por 42 milhões de euros, ou 14 milhões por cada uma das aeronaves. Em reais, esses gastos foram de R$ 45 milhões por cada aparelho, um valor elevado para os padrões de preços dos equipamentos, conforme informou. "Gostaria de saber quais foram os critérios que levaram o Governo do Estado a escolher esse fornecedor e ter pago R$ 45 milhões em cada aeronave", apontou. Em defesa do Governo, Carlomano Marques (PMDB), disse que a versão dada ao caso dos helicópteros é distorcida, pois conforme ressaltou, quando Cid Gomes recebeu as aeronaves do Ciopaer, todos os helicópteros estavam sem funcionar, inclusive, um sem motor. "Esse helicóptero adquirido tem quatro horas para voo e tem capacidade para resgate em alto-mar, nas serras, no breu da noite. Por isso tem que ser esse tipo de equipamento", discorreu o peemedebista. "Para comprar helicóptero, o banco alemão tem esse contrato com vários governos e com o Governo do Ceará desde 1999. O Governo só paga quando usa. Dá a atender que tem helicóptero voando e o primeiro chegou aqui em junho", disse José Sarto (PSB), líder do Governo. O vice-líder Júlio César (PTN) também foi contrário ao requerimento pela bancada partidária.