O secretário de Saúde do Estado, Arruda Bastos, estava na AL quando foram feitas críticas à situação dos hospitais A sessão de ontem, na Assembleia Legislativa cearense, foi pautada, principalmente, pelo repúdio dos parlamentares com o episódio envolvendo o Sindicato dos Médicos do Ceará, quando alguns profissionais do Estado hostilizaram, na segunda-feira passada, médicos de outras nacionalidades. O deputado Roberto Mesquita também chegou a criticar os hospitais públicos do Ceará, alegando que não atendem às necessidades das pessoas. Foto: José Leomar O secretário estadual da Saúde, Arruda Bastos (PCdoB), classificou o "ato de intolerância, de preconceito e de xenofobia" a ação promovida por alguns integrantes do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) contra um grupo de 96 estrangeiros inscritos no programa "Mais Médicos", do Governo Federal. Apesar de dizer que não acredita que o protesto partiu diretamente do atual presidente do Sindicato, José Maria Pontes, o gestor cobrou uma declaração formal do Simec em relação ao ocorrido. As agressões contra os médicos estrangeiros foram feitas na noite da última segunda-feira, 26, durante protesto dos profissionais brasileiros em frente à Escola de Saúde Pública, no bairro Meireles, em Fortaleza. No local, os estrangeiros - entre eles 79 cubanos - participavam da solenidade de acolhimento organizada pelo Ministério da Saúde. Na saída do evento, os manifestantes formaram um corredor humano e xingaram os estrangeiros de "escravos", "incompetentes" e outras palavras de baixo calão enquanto eles saiam do evento. Hospitais O secretário de Saúde estava na Assembleia quando surgiram, também, críticas à administração de Cid Gomes, devido a situação em que se encontram alguns equipamentos de Saúde, como mostrado no programa Profissão Repórter, da TV Globo, na última terça-feira. "O homem se não tiver um plano de saúde, ele morre ali. Do que se adianta se investir em um prédio com a arquitetura mais moderna, com shows nas portas, se as pessoas estão morrendo? Essa situação poderia ser diferente da que é hoje", disse o deputado Ely Aguiar (PSDC) em seu pronunciamento. Ele criticou a falta de prioridade do Governo, citando a compra de três helicópteros por R$ 78 milhões. Já João Jaime (PSDB) ressaltou que ao invés de o Governo do Estado ter investido milhões em aquisição de helicópteros, que fosse utilizado na compra de equipamentos para as unidades hospitalares do Estado, que conforme foi mostrado na reportagem, estão em péssimas condições de atendimento. O deputado Manoel Duca, em resposta às críticas de seus colegas contra a gestão atual, disse que Cid Gomes tem feito um esforço para melhorar a situação da saúde no Ceará, ressaltando, inclusive, que o helicóptero adquirido pela administração tem ajudado a população de municípios mais distantes da Capital. Roberto Mesquita (PV), por outro lado, lembrou que a liderança do Governo disse que a administração atual é "sadia", no entanto, ele ressaltou que os hospitais não atendem às necessidades das pessoas. Ele se contrapôs ao que disse Manoel Duca, que defendeu o atendimento dos novos hospitais construídos por Cid Gomes. O líder do Governo, José Sarto (PSB), rebateu as críticas feitas por alguns deputados quanto à Saúde Pública no Ceará e disse que Cid Gomes foi o único a construir unidades de saúde do porte do Hospital do Cariri e da Região Norte no Interior do Estado. Segundo ele, existem dificuldades no cotidiano dos hospitais, como filas, pessoas esperando para serem operadas, mas conforme ressaltou, a "avaliação superficial" não é válida e nem correta para com a administração atual.