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Segunda, 22 Outubro 2012 06:50

Coluna Política

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  Fortaleza não é Caracas Na reta finalíssima da campanha pela Prefeitura de Fortaleza, há um natural clima de acirramento na Cidade. De lado a lado, partidários de Roberto Cláudio (PSB) e Elmano de Freitas (PT) jogam as últimas fichas daquela que é a principal partida política de suas vidas. Não é para menos. Como já dito aqui e alhures, muita coisa está em jogo. Presentes e futuros serão decididos no próximo domingo. É, portanto, previsível que aliados e militantes não meçam esforços na briga pelo voto. Ainda mais neste cenário, em que é impossível prever o desfecho. O mapa do voto em Fortaleza mostra que há desníveis de votação por área, dependendo do candidato. Grosso modo, um grupo de bairros, mais a Leste e Sul, pendem para o candidato do PSB, enquanto o Oeste e Norte se inclinam para o concorrente do PT. No primeiro bloco, estariam os eleitores mais escolarizados e aquinhoados, diferentemente do segundo. Mas, na soma global entre os simpatizantes de Elmano e Roberto Cláudio, não há grandes diferenças. Vide resultado do primeiro turno, de cerca de dois pontos percentuais entre os dois. Não há redutos eleitorais na Cidade. Portanto, não se justifica, a não ser como estratégia política, a ideia de que estamos diante de uma Fortaleza rachada ao meio. Por uma série de fatores, cuja discussão não cabe aqui, existe forte concentração de riquezas nas mãos de poucos. Há muito mais pobres do que ricos entre nós. Desse ponto de vista, é vantajoso, eleitoralmente, apresentar-se como representante dos desvalidos. É uma questão matemática. Mas não é sábio, politicamente. Uma cidade é feita por tudo que nela existe. Inclusive, para não dizer, principalmente, pela sua força produtiva. O próximo prefeito tem o desafio de buscar soluções que, no conjunto, amenizem os abismos sociais. Terá de promover e intermediar repactuações em nome de todos. Não é razoável que, durante a própria campanha, se ergam barreiras imaginárias entre lados geográficos supostamente antagônicos. O discurso da venezuelização não é um bom caminho. Fortaleza não é Caracas. O PT DEPOIS DE LULAE eis que é chegado o grande dia para a campanha de Elmano. Nesta terça-feira, a Cidade recebe a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não só pelo incontestável peso do mais importante líder vivo do País, mas pela expectativa e dúvidas que pairavam sobre sua vinda, os petistas estão crentes de que o ato político pode ser decisivo. Será uma passagem relâmpago, mas de impacto. Estaremos a quatro dias da votação e a dois do fim da propaganda política no rádio e televisão. No comitê do candidato petista, acredita-se que Lula vitaminará o espírito da militância na reta final. Parte-se do princípio de que o material gravado, no primeiro turno, pelo ex-presidente, que ganhou lares e ruas de Fortaleza à exaustão, foi um dos responsáveis por jogar o candidato no segundo turno. Os petistas têm a mais plena certeza de que Lula é um divisor de águas em qualquer disputa. A dúvida mesmo é como será o PT depois dele. Em tempo: licenciado, o governador Cid Gomes, que já vinha tendo mais presença nos atos de campanha de Roberto Cláudio nas últimas semanas, intensificará o corpo-a-corpo até os últimos momentos da campanha. Uma tentativa, claro, de amenizar os danos da presença do ex-presidente da República. O MÉDICO NÃO É O MONSTROCriou-se uma grande celeuma em torno da aparição do ex-vereador de Fortaleza, José Maria Pontes, na campanha de Roberto Cláudio. Ex-filiado ao PT, ele é o atual presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará. Por motivos óbvios, isso reforça a campanha do PSB, que além de ter um médico liderando a coligação, tem um leque de propostas para a área da Saúde do Município. Isso levou setores da campanha petista a bombardear a iniciativa de Pontes. Entre eles, o também médico Mourão Cavalcante, vice na chapa de Elmano. Opinião do colunista: a presença do ex-vereador depondo a favor de Roberto foi inadequada. Não deveria ter acontecido. O ex-petista é um dos homens mais sérios e bem intencionados de que se tem notícia. Essa não é a questão. Ele apareceu, como ficou claro, enquanto pessoa física. Mas é impossível a dissociação do fato de ele ser dirigente da entidade que congrega a categoria médica no Estado. Ninguém investido dessas credenciais deveria subir em palanque de ninguém. Isso deve ser o parâmetro para todas as entidades de classe. Inclusive, para as centenas filiadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT.
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