Heitor Férrer (PDT) foi a surpresa na eleição para prefeito de Fortaleza. O candidato, que nas pesquisas não passava do quarto lugar, após a apuração das urnas, bateu Moroni Torgan (DEM) e chegou próximo de Roberto Cláudio (PSB), candidato apoiado pelo governador Cid Gomes. Com 20,97% votos (262.365) válidos, Heitor Férrer foi o terceiro colocado. Para ele, no entanto, não houve surpresa. Em entrevista coletiva no comitê, logo após a apuração dos votos, Heitor afirmou que havia grandes chances de chegar ao segundo turno. Isso só não ocorreu, por causa da influência das pesquisas. “Nos frustrava ver os resultados dos institutos mais credenciados do Brasil nos colocarem num patamar que não batia com os nossos números”, disse o candidato, referindo-se às pesquisas internas do partido.
Enquanto ele falava, os militantes o aplaudiam. O presidente do PDT, deputado federal André Figueiredo, informou que PDT e PPS vão colher assinaturas, a partir de amanhã, para entrar com pedido de CPI das pesquisas. “Fortaleza perdeu, porque foi enganada”, declarou Figueiredo.
Sobre apoio aos candidatos que vão para o segundo turno, Heitor Férrer desconversou. “Qualquer apoio que se der ao segundo turno será deliberação do PDT. Não me compete aqui fazer qualquer previsão, porque estaria atropelando as instâncias partidárias”.
Os demais candidatos, que não conseguiram chegar ao segundo turno, também não sinalizaram apoio a Elmano Freitas (PT) ou Roberto Cláudio (PSB) vitoriosos. Somente Renato Roseno (Psol) afirmou que ficará neutro. “Não nos sentimos representados por esses grupos”. Roseno disse que, apesar da desigualdade entre as campanhas, conseguiu uma votação expressiva, com 11,84% dos votos (148.128).
A assessoria do candidato Marcos Cals (PSDB) informou que o tucano, que teve 2,43% dos votos (30.457), comentará o resultado na manhã de hoje, na sede do partido. Na ocasião, falará sobre a posição que o PSDB terá no segundo turno.
Com apenas 1,82% (22.808) dos votos, o senador Inácio Arruda (PCdo B), em nota, agradeceu aos eleitores e ao partido por ter decidido pela candidatura própria, apesar da falta de alianças. Sobre alianças, o candidato disse que a decisão será tomada em conjunto com os diretórios municipal, estadual e nacional. (Gabriela Meneses e Marcos Robério)
O POVO foi ao comitê de Moroni Torgan (DEM), mas o candidato não apareceu e sua assessoria de imprensa não respondeu às ligações telefônicas.